Conta-se
que, em tempos idos, havia, na França, um malabarista chamado Barnabé. Ele
viajava de aldeia em aldeia mostrando sua arte.
Abria
seu tapete no meio da praça e quando algumas pessoas se aglomeravam, começava
suas piruetas balançando uma bandeja na ponta do nariz.
Quando
virava de cabeça para baixo, apoiado nas mãos e jogava para o alto seis bolas,
voltando a pegá-las com os pés, ou quando se atirava para trás até tocar a nuca
com os calcanhares, ouvia-se um murmúrio de admiração e choviam moedas no
tapete.
No
inverno, no entanto, ele ficava como uma árvore sem folhas. A estação
trazia-lhe frio e fome.
De
temperamento afável, Barnabé aguentava tudo pacientemente. Acreditava que dias
melhores viriam. Confiava em Deus e, com sua mãe, aprendera a seguir os
ensinamentos de Jesus.
Numa
tarde chuvosa, caminhava pela estrada, triste e desanimado, carregando seus
objetos de trabalho enrolados num tapete velho, à procura de um lugar seco onde
pudesse dormir.
Seguia
no mesmo rumo um frade que o cumprimentou e lhe perguntou: Por que você se veste desse jeito?
Sou um malabarista. E
esta seria a ocupação mais prazerosa se pudesse me garantir o pão de cada dia.
Amigo, replicou o
frade, não há nada mais prazeroso que a vida religiosa. Nós nos ocupamos com
preces ao bom Deus e a Nossa Senhora.
Barnabé
respondeu: Confesso que falei como um
ignorante. Sua missão não pode ser comparada à minha. Apesar disso, acho que
deve haver algum mérito em fazer as pessoas sorrirem, esquecendo-se, ainda que
por minutos, dos sofrimentos.
Contudo, para servir ao
Senhor, abandonaria a arte pela qual sou conhecido.
O
frade ficou tocado pela simplicidade do malabarista, e o convidou a ingressar
no mosteiro.
Um
dia, os religiosos combinaram um ofício em louvor a Jesus. Cada um mostraria o
que sabia fazer de melhor.
Uns
pintaram a imagem de Jesus, outros compuseram hinos em latim. Havia ainda
esculturas e poesias.
Barnabé
via tudo aquilo e lamentava sua ignorância. Gostaria de ter habilidade como os
demais.
Ficou
desanimado, até que uma manhã acordou cheio de alegria. Foi para a capela e
recolheu-se, por horas.
Passou
a fazer isso todos os dias e sua nova disposição foi notada. Os irmãos se
perguntavam a razão de tal mudança.
Um
dos frades passou a observá-lo. Um dia, vendo-o sem o hábito, resolveu, junto
com dois outros frades, descobrir o que se passava.
Olhando
pela porta entreaberta viram Barnabé diante do altar, fazendo seus
malabarismos.
Entraram
na capela, exclamando que aquilo era um sacrilégio. Estavam a ponto de tirá-lo
dali, quando viram Jesus descer do altar e, com Sua túnica, enxugar o suor do
rosto do malabarista.
O
silêncio encheu a capela... Uma lágrima rolou dos olhos de Barnabé e todos, de
joelhos, contemplaram a figura do Nazareno.
* * *
Todos
somos bons em alguma coisa, mas de nada adiantará se não usarmos esse talento
para tornar melhor a vida do nosso próximo.
Ofereçamos
o melhor de nós, ainda que seja apenas um sorriso, um abraço, um olhar de
carinho, um malabarismo qualquer, capaz de despertar um sorriso no rosto triste
de alguém.
Redação do Momento Espírita, com base
em história de autoria desconhecida.
Em 7.6.2018.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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