O mundo é imenso. Imensa também a diversidade dos
pensamentos, das culturas dos quase oito bilhões que habitamos este bendito
planeta.
Quase sempre, por
causa dessas diferenças, criamos conflitos entre nós.
Paradoxalmente,
por pensarmos de modos tão diversos acerca de quem nos criou, como nos criou,
empreendemos batalhas verbais, quando não verdadeiras guerras chamadas
religiosas.
Contudo, Deus não
tem religião alguma. E, por ser Pai amoroso e bom, entende cada um dos Seus
filhos.
Por saber que cada
qual se situa em um ponto específico de sua evolução, recebe as homenagens da
forma que lhes são oferecidas.
A todos atende,
independentemente se oram num templo luxuoso, no alto de uma montanha, à beira
de um muro em ruínas, ou na intimidade de um pequeno cômodo.
Não foi outro o
motivo pelo qual Jesus, ao ser indagado pela mulher da Samaria, acerca do local
mais adequado para se orar a Deus, recebeu a grande lição.
Lição que atravessou os séculos, mas que ainda não
aprendemos devidamente: Deus deve ser adorado em Espírito e Verdade, no
altar do coração.
Por isso, não
importa se estamos vestindo branco ou negro; se nossas vestes são brilhantes ou
escuras. O que importa é o sentimento, é o diálogo íntimo entre a criatura e o
Criador.
Um diálogo que
ecoa pelo infinito, que ressoa entre as estrelas, repercute no Universo e chega
ao pai, que sempre envia a resposta.
Certo dia, um
jovem chegou à Abadia das Sete Dores de Latroun, no caminho de Tel Aviv. Foi
uma sensação maravilhosa penetrar nesse lugar de fé e paz, a menos de cinco
quilômetros do acampamento onde lhe ensinavam a matar e destruir.
O canto dos
monges, monocórdico e repetitivo, parecia elevar-se em direção aos céus como
uma interminável oferenda.
Mas, porque trazia
o conceito de que orar era um ato solitário e silencioso, estranhou a prece
praticada em comum e em voz alta.
Intimamente, ele não pôde furtar-se a uma
pergunta: Esse matraquear não transformará a devoção em um insípido
estribilho?
Um abade experiente, ao perceber-lhe a estranheza
lhe disse: O importante, meu filho, é, a cada um desses momentos de
oração conjunta, se destacar um versículo. Não importa qual seja.
Por exemplo, “Escuta ó, Senhor, o grito dos
infelizes.” Ou “Ó, Deus, dá a Teus filhos alegria e esperança.”
Então, mesmo continuando a recitar a prece comum,
imaginar Jesus dizendo as mesmas palavras. E tantos milhões de outros homens.
Procurar as realidades de hoje às quais essas
palavras correspondem.
Então, finalizou, a
oração se tornará intensa. Tornar-se-á meditação.
Pensemos nisso e
aprendamos a respeitar todas as manifestações de caráter religioso, as formas
diferentes das pessoas se dirigirem ao Criador.
E, como cristãos, sigamos Jesus, pronunciando com
toda unção: Pai nosso, que estais nos céus. Santificado seja o vosso
nome...
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 3 do livro Muito além do amor,
de Dominique Lapierre, ed. Salamandra.
Em 1º.8.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
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