Mas tu, quando orares, entra no teu
aposento e, fechando tua porta, ora a teu pai que está em secreto; e teu pai,
que vê em secreto, te recompensará publicamente.
Portanto, orarás assim: Pai nosso, que
estais no céu...
*
* *
A Torá, livro sagrado da fé judaica,
nomeia Deus por meio de títulos como El shaddai, que significa Deus todo
poderoso, ou Elohim, que indica o poder de Deus enquanto Criador.
Os Evangelistas relatam que, na época
do Cristo, escribas e fariseus referiam-se a Deus de forma muito cerimoniosa,
utilizando-se de palavras como Senhor ou Eterno.
Jesus, entretanto, foi o primeiro a
referir-se a Deus como Abba, palavra
utilizada de modo informal pelos judeus a fim de se dirigirem a seus próprios
pais de maneira carinhosa.
Ao chamar Deus de Pai, o mestre
instituiu uma importante mudança teológica, apresentando-nos a um Pai celestial
do qual todos somos filhos.
Porém, o que significa chamarmos Deus
de Pai?
*
* *
Antes do sol raiar, Yu Xukang desperta
seu filho, Xiao, que é deficiente físico e não pode caminhar.
Por morarem em uma cidade rural no
sudoeste chinês, não há ônibus escolar e nem transporte público adequado às
necessidades especiais do menino de nove anos.
Dessa forma, Yu caminha pouco mais de
trinta quilômetros diariamente com o filho amarrado às costas, a fim de levá-lo
à escola.
O pai se recusa a desistir, mesmo que
suas costas estejam doloridas e já tenham se tornado curvadas por conta do
esforço diário.
Eu sinto imenso orgulho do meu filho.
Ele é um dos melhores alunos da classe e não irei desistir, afirma o pai, que
sonha ver o filho entrando para a universidade.
*
* *
Chamar Deus de Pai revela a grande
intimidade e a profunda relação de amor que há entre Criador e criatura.
Chamando-o de Pai, estendemos uma forte
ligação de confiança com Ele, tal qual uma criança que, dirigindo-se ao seu
genitor, confia, sente-se amada, amparada, segura.
Ao chamá-lo de Pai, transbordamo-nos de
Sua misericórdia, que a todos nos perdoa. Também nos deparamos com Sua perfeita
pedagogia, que nos ensina com infinita justiça.
Justiça que não nos abandona em nossas
faltas, mas, antes, permite repararmos o mal que cometemos, os corações que
magoamos, o auxílio que não distendemos, o perdão que não oferecemos.
Ao invocarmos o Pai celestial, a Ele
confiamos todas as nossas tribulações: das mais triviais e cotidianas, como o
alimento, a saúde, o trabalho, até as mais elevadas, como a reforma íntima, a
evolução pessoal, o progresso daqueles que marchamos em direção à angelitude.
E Deus, Pai verdadeiro que é, em tudo
nos atende: para nossas mazelas morais, nos oferece a oportunidade de
progresso; para nossas lágrimas, permite brote o sorriso e em nossas angústias,
Ele nos revela a paz.
Silenciemos e o escutemos, fechemos os
olhos e O sintamos: Pai que conhece a todos os homens e a cada um de nós em
particular.
Pai que conduz nossos passos, Pai que
nos ama infinitamente, conforta-nos, dá-nos esperança e nos aguarda de braços
abertos.
Pai nosso, que estais no céu...
Redação do Momento Espírita, com
citação do cap. 6, versículo 5, do Evangelho de Mateus e com base em dados
biográficos de Yu Xukang.
Em 26.3.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz,
Amor e Gratidão
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