Desde que tivemos a consciência de algo superior,
passamos a formar grupos e viajamos pelos séculos, em constante processo de
exclusão.
Em nome de conceitos religiosos, em nome do que
criamos como artigos de fé, excluímos do nosso convívio os que não tinham as
mesmas ideias.
Recordamos Jesus, em Seu diálogo, no poço de Jacó,
com a mulher samaritana, da cidade de Sicar, em clara demonstração de como
andavam separados aqueles mesmos que adoravam o Deus de Israel.
Uns acreditavam que estavam corretos e seriam
ouvidos por Yaweh se orassem no templo de Jerusalém.
Outros, mesmo após a destruição do seu templo,
prosseguiam a orar no monte Garizim.
Como se o Deus Pai atendesse a uns e não a todos os
Seus filhos, criados com o mesmo amor.
Peregrinamos pelas tantas vidas, repetindo muitos
equívocos. A História registrou as nossas grandes tolices.
Incentivamos guerras arrasadoras, que implantaram a
miséria e o terror naqueles que não podiam acreditar conforme
as prescrições do nosso entendimento religioso.
Em nome de uma pretensa fé, disputamos o
sepulcro do Divino Mestre, utilizando a espada mortífera e
ateando o fogo devorador.
Um sepulcro vazio porque o doce Rabi, antevendo
futuras disputas, nos legou exatamente isso: uma tumba vazia.
Até mesmo para reprisar que a grande honra deve ser
conferida ao Espírito imortal, não ao corpo, que lhe serviu de vestimenta,
durante algum tempo.
Denominamos infiéis, hereges a todos os que não
comungavam das nossas ideias. Para eles, acendemos fogueiras, inventamos
suplícios, construímos prisões, decretamos o exílio.
No entanto, o Mestre somente veio semear amor,
oferecendo Sua palavra a quem O quisesse ouvir e a todos convidando para Seu
rebanho.
Nós continuamos estimulando embates de irmãos
contra irmãos.
Edificamos palácios e basílicas, famosos pela
beleza, pretendendo reverenciar-lhe a memória. Louvável iniciativa que
preservou a escultura, a música, preciosidades.
Porém, deixamos do lado de fora aqueles que não
compartilhavam dos nossos mesmos ideais.
Ainda hoje alimentamos a separação e a discórdia,
erguendo trincheiras de incompreensão e animosidades, uns contra os outros, nos
variados setores da interpretação.
Contudo, Jesus é o Governador desta Terra. Como Ele
mesmo se denominou, pastor de todas as almas que habitam este planeta.
Por que então nos dividirmos, se somos ovelhas do
mesmo aprisco? Se o Pastor é o mesmo?
Que importância tem se cobrimos a cabeça quando
fazemos preces ou se a mantemos descoberta? Qual a importância das vestes
claras ou escuras quando nos propomos a orar?
Qual a importância de orarmos no interior de um
templo suntuoso, num pequeno abrigo, numa modesta comunidade, ou em pleno altar
da natureza?
O que importa é nos reconhecermos irmãos. E, dessa
forma, nos ampararmos mutuamente.
Sermos fraternos, ajudando-nos uns aos outros,
compreendendo e perdoando.
Afinal, a grande lição do Mestre de Nazaré é que
somente seremos reconhecidos como Seus discípulos se nos amarmos uns aos
outros.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 15, do
livro Fonte viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier,
ed. FEB. Em 5.6.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
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