O sol apenas despertara a aurora e a brisa fresca
da manhã trazia notícias de que a chegada do inverno estava próxima.
No parque, poucas pessoas faziam sua caminhada
matinal.
A agitação das aves era notada por aqueles que
sabem apreciar esses detalhes da natureza.
Numa árvore próxima a uma pequena ponte, um
joão-de-barro construía sua morada.
Lá estava ele... esticando o pescoço o quanto dava
para construir a parte superior do ninho.
Do pequeno monte de barro depositado na parte
inferior do ninho, ele retirava porções mínimas com o bico e fazia os retoques
nas laterais.
Um trabalho árduo, para quem não tem mãos, não tem
ferramentas, não tem ajuda de ninguém... Tem apenas o bico e asas para voar em
busca de matéria-prima.
Um pássaro muito pequeno, um exemplo de dedicação e
de fidelidade ao instinto recebido do Criador.
O joão-de-barro não se importava com seus vizinhos,
com os predadores, com as intempéries. Apenas construía seu ninho com esmero,
sem preguiça.
No entanto, nem todos os pássaros são exemplos de
dedicação semelhante.
O chupim, ou engana-tico, pássaro muito comum no
Brasil, não constrói ninho. A fêmea procura um ninho de tico-tico ou de outra
espécie, joga fora o ovo que encontra e coloca, no lugar, o seu próprio ovo.
A verdadeira dona do ninho não se dá conta e choca
o ovo da invasora.
O filhote de chupim nasce maior do que sua mãe
adotiva, que se desdobra para alimentá-lo até que tenha condições de buscar o
próprio sustento.
Duas aves, duas situações bem diferentes. Uma
trabalha, a outra engana, rouba e mata.
Assim também acontece entre nós.
Existem homens que trabalham com dedicação,
seriedade, honestidade, honradez.
E existem outros que vivem do esforço alheio. Nada
produzem. Nada edificam. Aproveitam-se do trabalho alheio e são hábeis para
enganar.
São verdadeiros parasitas sociais. São hipócritas,
malandros, e se dizem espertos.
Têm orgulho de lesar o erário, pessoas, fazer
conluios, conchavos, negociatas...
Enchem os cofres com o dinheiro das drogas, das
barganhas, das vilanias, das guerras.
São os chupins da Humanidade...
Pobres criaturas que pensam enganar a Lei Divina.
* * *
Ao contrário dos chupins que só têm o instinto
animal, os seres humanos temos responsabilidade moral sobre todos os atos
praticados, em sã consciência.
Assim, mais cedo ou mais tarde, teremos que
devolver às soberanas leis que regem o Universo moral, tudo o que tenhamos
retirado de forma ilícita.
Do tribunal chamado consciência, nada escapa, nada
se perde.
Por isso nos perguntemos, com toda sinceridade:
somos joão-de-barro, ou somos chupim?
Em prol da própria saúde mental, se a resposta
pender para chupim, vale a pena uma mudança radical de atitude... Porque a vida
não termina no túmulo, e todos receberemos conforme nossas obras.
* * *
Ninguém engana a própria consciência fugindo ao
dever.
Na grande folha de pagamento do Código Divino,
estão registrados todos os nossos serviços, nossos desserviços e nossas faltas.
E será segundo esses registros que responderemos no
além-túmulo.
Pensemos nisso, mas pensemos agora!
Redação do Momento Espírita.
Em 29.6.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
҉
Nenhum comentário:
Postar um comentário