Que o
outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas
demais.
Que o
outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas
entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o
outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se
ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o
outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se
estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou
agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o
outro sinta quanto me dói a ideia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em
lugar de voltar logo à sua vida.
Que se
estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem
dizendo “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que
quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o
outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se
eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro
ainda assim me ache linda e me admire.
Que o
outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva,
mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que,
finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo
ser, a mulher-maravilha.
Mas
apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e
audaciosa - uma mulher.
*
* *
Compreender
o outro é uma arte.
Exige
esforço, concentração, desprendimento, disposição.
Alguns
poderão pensar: Mas como posso entrar na mente do outro, penetrar seus
sentimentos, e descobrir o que se passa lá?
Aí está a
razão da analogia com a arte.
Exige-nos
empatia – colocarmos-nos no lugar do outro.
A palavra
empatia é derivada do grego empatheia, que significa afeto ou
paixão, ou ainda entrar no sentimento.
Os gregos
entendiam que para se observar devidamente uma obra de arte era
necessário entrar em seu sentimento, observá-la de dentro para
fora.
A quarta
edição do novo World College Dictionary, da Webster, define empatia
como: a projeção de sua própria personalidade na personalidade de outra
pessoa, a fim de entendê-la melhor.
É também
encontrada como a habilidade de compartilhar as emoções, pensamentos ou sentimentos
com outrem.
Alguns
terapeutas abraçam uma definição mais ampla. Dizem que somos empáticos quando
respondemos à necessidade do paciente, quando lhe oferecemos o que ele precisa
para melhorar.
Sem
empatia nos isolamos em nossos próprios sentimentos, sem troca, sem
alimentação.
Sem
empatia nossas trocas de energia encontram barreiras, linhas imaginárias por
onde o sentir não consegue passar.
Sem
dúvida alguma, a empatia é um novo estágio nos relacionamentos humanos,
fundamental para que cresçamos e nos entendamos em níveis mais profundos.
*
* *
A
proposta do Cristo, de fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos
façam, é a mais bela e completa lição de empatia até hoje existente.
Redação
do Momento Espírita com base em cap. Do livro Pensar é transgredir, de Lya Luft, ed. RCB.
Em 26.6.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
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