Ela aderira à
carreira militar pelo desejo de fazer a diferença e alcançara a patente de
Primeiro-tenente. Seu intuito era servir onde e quando fosse necessário.
Então, foi enviada
ao Oriente Médio. Encontrou ali a oportunidade que desejava. Com apoio dos
superiores, organizou uma escola, especialmente para instrução de meninas.
Ensiná-las a ler,
a descobrir o tesouro das letras e ter a oportunidade de conhecer outras
realidades, através das páginas impressas, a deixava feliz.
Certo dia, no
entanto, um ataque violento alcançou a escola e Ana, tentando salvar duas
crianças, de dez e treze anos, se evadiu do local.
Eram suas alunas,
órfãs, que ela aprendera a amar. Saiu a correr na direção oposta das bombas que
explodiam.
Quando se
imaginaram quase a salvo, tiveram o passo cortado por uma viatura e foram
feitas prisioneiras por membros do mesmo esquadrão que promovia o ataque à
escola.
Somente dias
depois, as três foram resgatadas. Estavam bastante machucadas, vítimas de
tortura. Para os homens da equipe de resgate, foi terrível ver o estado das
crianças e da jovem.
Para grande
surpresa, descobriu-se que uma das promotoras de todo aquele horror era uma
professora que, durante meses, lecionara na escola, conquistando a confiança de
todos.
O comandante da
Primeira-tenente, preparando-a para retornar para sua casa, teve oportunidade
de perguntar-lhe que castigo deveria receber aquela mulher, se ela pudesse
decidir-lhe o destino.
Penso
que ela deva ser responsabilizada por toda a maldade que promoveu: mortes,
tortura.
Mas
como? – Continuou a indagar o superior.
Com
certeza não sou eu quem deve decidir a sua sentença. Para isso, existem os
tribunais. Somente desejo que ela viva.
Viver?
Essa seria a penalidade para ela?
Sim,
respondeu Ana. A penalidade dela deve ser viver para ver o que o futuro
reserva de bom para sua nação. Como a situação se haverá de modificar, havendo
mais compreensão entre as pessoas, menos preconceito, mais liberdade.
Ela
deverá constatar que seu ódio não conseguiu destruir o mundo novo que já se
está construindo, graças aos que vibram e desejam o bem.
O comandante a
olhou e simplesmente comentou: Você é incrível!
*
* *
Perdoar a quem
promove o mal é próprio de almas nobres que reconhecem que o agressor é um
infeliz, pela própria desdita que ocasiona.
Trata-se também de
uma decisão de felicidade pessoal porque quem não perdoa fica ligado ao
adversário, pelas faixas escuras do pensamento rancoroso.
Quem
não perdoa, insistindo na mágoa raivosa, permite se estabeleça, entre a sua e a
mente do adversário, uma ponte, através da qual circulam as vibrações do ódio e
da vingança.
Quem não perdoa,
fica carregando sombra e dor.
Tudo isso ocasiona
mal-estar e provoca enfermidades.
Por sua vez, quem
perdoa, liberta o coração. Quem perdoa dissolve o rancor nas águas puras da
compreensão.
O ódio estabelece
grilhões entre as pessoas, aprisiona, infelicita. O perdão liberta.
Felizes sejamos em
exercitar o perdão que começa não desejando mal a quem nos faz o mal.
Meditemos a
respeito.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 24, do livro O pensamento de
Emmanuel, de Martins Peralva, ed. FEB. Em 10.8.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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