Se
a semente não aceitasse a solidão, dentro da terra, flor e fruto não surgiriam
no enriquecimento da vida.
Se
a fonte recusasse passar por sobre lodo e pedra, o campo estaria reduzido à
esterilidade.
Se
a lâmpada se negasse a suportar a carga de força que gradativamente a consome,
não se faria luz dissolvendo as trevas.
Se
a criança não se desenvolvesse, transformando-se em adulto, a ingenuidade
jamais daria lugar à experiência.
Assim
se dá em todos os lugares da edificação
e do sentimento.
Se
a cultura não crescesse, não haveria progresso.
Se
a teoria não avançasse para a realização, nunca passaria de um montão de
palavras.
Transposição,
atrito, provas e desafios são condições de melhoria e aperfeiçoamento, ajuste e elevação.
À
vista disso, aceitemos em paz as tribulações que a existência nos imponha.
Se
lutas e empecilhos, conflitos e lágrimas não nos
visitassem os corações, nosso Espírito se deteria na ilusão e no primitivismo, ofuscado pela ignorância.
* * *
Agradeçamos
os obstáculos que nos chegam em forma de alteração ou mudança, quebrando a
inércia e renovando-nos a vida.
Recordemos
a águia recém-nascida. Não fosse
o rompimento da casca do ovo em que se encontra, não
desenvolveria as próprias asas para
ganhar as alturas.
Não
existisse o sofrimento que nos estilhaça a crosta da personalidade egoística,
não encontraríamos caminho para nos elevarmos para
a felicidade da vida eterna.
Aceitemos o
inesperado, pois o inesperado nos faz pensar, nos
retira do comodismo dos dias iguais e, muitas
vezes, improdutivos.
Aceitemos a
contrariedade, o incerto e o que está além de nosso controle.
Entreguemo-nos à
escola bendita chamada Terra, sem expectativas exageradas, sem exigências
descabidas, sem querer a ventura
total antes da hora.
Colecionemos
provas e desafios vencidos como troféus merecidos.
Avaliemos o ano,
os meses, os dias, como quem atravessou imenso e perigoso lodaçal e hoje se vê do outro lado.
Trazemos as marcas
da lama no rosto, nas mãos, nas
vestes, certamente. No entanto, na alma estão as marcas da superação, da
persistência e da coragem.
Às vezes, dizemos: Ufa, sobrevivi! - referindo-nos à manutenção, à sobrevivência da existência corporal.
Sobreviver todos
iremos, uma vez que somos Espíritos imortais.
Melhor seria
substituir nossa expressão de conquista por: Superei!
Quem apenas
sobrevive pode não ter aprendido as lições da luta, mas quem supera traz
consigo o rico aprendizado das batalhas.
Por isso,
superemos, cresçamos, aprendamos.
Fechemos um ciclo,
iniciemos outro e sejamos outro.
Renovemo-nos,
renasçamos em nós mesmos e não deixemos de brilhar.
Somos deuses,
somos perfeição em curso. Nossa história é escrita assim mesmo, como um poema heroico, repleto de feitos,
dores, lágrimas e superações.
Quando dobrarmos a
esquina do tempo e olharmos para trás, que possamos ficar felizes por termos
lutado e vencido. Por termos persistido e vencido, mesmo que nossa alma mostre
as marcas das lutas duras empreendidas.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 14, do livro Rumo certo, pelo
Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 29.12.2020.
Fonte: Momento
Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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