quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

PRINCESA MARIANA, SALVE A CABOCLA MARIANA

 

A Cabocla Mariana é uma guia turca da linha dos encantados. A linha dos encantados, assim como outras linhas, é formada por guias que já tiveram a experiência de viver neste mundo, com uma diferença: não sofreram o desencarne, e sim encantamentos.

Mariana tem duas irmãs: Herondina e Jarina. As irmãs encantadas de Mina são mais cultuadas na região Norte do país (Pará e Amazônia) e, no Maranhão, elas são conhecidas como as princesas turcas encantadas da Praia dos Lençóis (No Maranhão).

Mariana é chamada carinhosamente como D.Mariana, mas sofreu o encantamento ainda jovem, por este motivo as vezes é rebelde e desbocada, mas com a fineza da uma princesa que foi em vida. Linda de pele clara e olhos claros, Mariana encanta as pessoas presentes em sua gira, aconselha em casos amorosos e familiares, mas não faz nada contrário ao amor.

Quando algum consulente está envolvido por este tipo de magia (negativa) a mesma oferece sua bebida com intuito de desfazer algum feitiço, mas também faz este ato para dar uma luz, força, ânimo ao mesmo. Quando em terra, dança e canta alegremente; abomina o ciúme, pois quando vivente inconscientemente, às vezes, com seu brilho, ofuscava suas irmãs. Conta a lenda que Herondina e Mariana não se falam e quando há no mesmo centro as duas entidades, os guias trazem com eles esta empatia.

Cabocla Mariana é falante, mas muito cautelosa no que diz, pensa muito antes de falar, mas não segura a língua quando tem que dizer um palavrão, gosta de aprender as gírias do mundo e usá-las em suaS consultas, assim está sempre atualizada com o modo de falar local. Por este motivo causa certa estranheza nos frequentadores de suas giras, fazendo com que as pessoas duvidem do médium incorporado.

Como toda princesa, Mariana tem suas particularidades; gosta de boa conversa, fala sobre tudo, gosta de bebidas finas e doces, mas na falta destas, bebe cerveja com classe em sua taça. Adora dourado e vermelho, rosas e perfumes caros.

Se, em sua gira, falta alegria por parte dos consulentes, ela reclama e não se demora, mas, por mais que passe pouco tempo no lugar, cumpre seu objetivo.

Esclarecendo Duvidas

O tambor-de-mina chegou ao Pará, travou contato com a pajelança indígena e ganhou outras cores , absorvendo inúmeros novos encantados ao seu panteão.

Na encantaria, por exemplo, o termo caboclo não é sinônimo de entidade ameríndia, podendo ser utilizado para designar entidades de variadas origens. Os caboclos, ou encantados, se reúnem em famílias, com um chefe e suas linhagens, que abrangem turcos, índios, reis, nobres, marujos, princesas, etc.

Os encantados não são espíritos desencarnados; são pessoas, ou até animais, que viveram, mas não chegaram a morrer, sofreram antes a experiência do encantamento e foram morar no invisível. De vez em quando saem de lá, pegam carona na asa do vento e chegam à terra, no corpo dos iniciados (médiuns), para dançar, dar conselhos, curar doenças, jogar conversa fora e matar as saudades do povo que continua por aqui.

Finalizo esse texto já antecipando que ainda considero Dona Mariana uma incógnita! Ela é muito diferente de todas as outras entidades com as quais estamos acostumados a trabalhar na nossa Umbanda querida, e sinto que ainda terei que escrever muitos outros textos sobre ela, conforme a formos conhecendo e, com ela, aprendendo a enxergar nosso trabalho espiritual sob outra ótica.

Salve a Bela Turca! Salve a Arara Cantadeira! Salve Cabocla Mariana! 

Fonte: Facebook Cabocla Princesa Dona Juliana
https://www.facebook.com/Cabocla-Princesa-Dona-Juliana-1577066359219811/ 


Com Luz, Amor e Gratidão
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Um comentário:

Anônimo disse...

Que linda história