A Cabocla Mariana é uma guia turca da linha dos encantados. A linha dos encantados, assim como outras linhas, é formada por guias que já tiveram a experiência de viver neste mundo, com uma diferença: não sofreram o desencarne, e sim encantamentos.
Mariana tem duas irmãs: Herondina e
Jarina. As irmãs encantadas de Mina são mais cultuadas na região Norte do país
(Pará e Amazônia) e, no Maranhão, elas são conhecidas como as princesas turcas
encantadas da Praia dos Lençóis (No Maranhão).
Mariana é chamada carinhosamente como
D.Mariana, mas sofreu o encantamento ainda jovem, por este motivo as vezes é
rebelde e desbocada, mas com a fineza da uma princesa que foi em vida. Linda de
pele clara e olhos claros, Mariana encanta as pessoas presentes em sua gira, aconselha
em casos amorosos e familiares, mas não faz nada contrário ao amor.
Quando algum consulente está envolvido
por este tipo de magia (negativa) a mesma oferece sua bebida com intuito de
desfazer algum feitiço, mas também faz este ato para dar uma luz, força, ânimo
ao mesmo. Quando em terra, dança e canta alegremente; abomina o ciúme, pois
quando vivente inconscientemente, às vezes, com seu brilho, ofuscava suas
irmãs. Conta a lenda que Herondina e Mariana não se falam e quando há no mesmo
centro as duas entidades, os guias trazem com eles esta empatia.
Cabocla Mariana é falante, mas muito
cautelosa no que diz, pensa muito antes de falar, mas não segura a língua
quando tem que dizer um palavrão, gosta de aprender as gírias do mundo e
usá-las em suaS consultas, assim está sempre atualizada com o modo de falar
local. Por este motivo causa certa estranheza nos frequentadores de suas giras,
fazendo com que as pessoas duvidem do médium incorporado.
Como toda princesa, Mariana tem suas
particularidades; gosta de boa conversa, fala sobre tudo, gosta de bebidas
finas e doces, mas na falta destas, bebe cerveja com classe em sua taça. Adora
dourado e vermelho, rosas e perfumes caros.
Se, em sua gira, falta alegria por parte
dos consulentes, ela reclama e não se demora, mas, por mais que passe pouco
tempo no lugar, cumpre seu objetivo.
Esclarecendo
Duvidas
O tambor-de-mina chegou ao Pará, travou
contato com a pajelança indígena e ganhou outras cores , absorvendo inúmeros
novos encantados ao seu panteão.
Na encantaria, por exemplo, o termo
caboclo não é sinônimo de entidade ameríndia, podendo ser utilizado para
designar entidades de variadas origens. Os caboclos, ou encantados, se reúnem
em famílias, com um chefe e suas linhagens, que abrangem turcos, índios, reis, nobres,
marujos, princesas, etc.
Os encantados não são espíritos
desencarnados; são pessoas, ou até animais, que viveram, mas não chegaram a
morrer, sofreram antes a experiência do encantamento e foram morar no
invisível. De vez em quando saem de lá, pegam carona na asa do vento e chegam à
terra, no corpo dos iniciados (médiuns), para dançar, dar conselhos, curar
doenças, jogar conversa fora e matar as saudades do povo que continua por aqui.
Finalizo esse texto já antecipando que
ainda considero Dona Mariana uma incógnita! Ela é muito diferente de todas as
outras entidades com as quais estamos acostumados a trabalhar na nossa Umbanda
querida, e sinto que ainda terei que escrever muitos outros textos sobre ela,
conforme a formos conhecendo e, com ela, aprendendo a enxergar nosso trabalho
espiritual sob outra ótica.
Salve a Bela Turca! Salve a Arara Cantadeira! Salve Cabocla Mariana!
Fonte: Facebook Cabocla Princesa Dona Juliana
Com Luz, Amor e Gratidão
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2 comentários:
Que linda história
Amei esse texto, amo estar perto de D.Mariana, me sinto bem e tenho muito carinho por ela😍
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