MERGULHANDO.
por Summer Bacon
10/03/2021
Eu tinha 21 anos, recém saída do meu
primeiro casamento (que durou três meses) e desanimada a ponto de querer
suicidar-me. Minha mente delirava. Eu me mataria.
Mas, primeiro, eu precisava pegar a
correspondência.
Eu estava trabalhando no estúdio de
gravação da minha família e foi um dia sem brilho e chato, sem bandas programadas
e muito tempo para eu pensar na perdedora que eu era e em como minha vida era
um desperdício.
Peguei a correspondência, voltei para o
estúdio, liguei para minha mãe e contei a ela sobre meu desespero. Ela me disse
para esperar e me ligaria de volta, o que ela fez em minutos. "Vá falar
com sua vizinha. Ligue para sua vizinha. Ela é psicoterapeuta. Ela vai
cumprimentá-lo no portão e convidá-la a entrar. Eu pagarei pela terapia."
Eu obedeci e fui até minha vizinha para
encontrar a mulher mais maravilhosa de 60 e poucos anos, com olhos azuis
faiscantes, passos saltitantes e um abraço caloroso e envolvente.
Comecei a chorar e, depois que nos
sentamos, abri meu coração para ela e contei-lhe minha determinação de me suicidar.
Ela sorriu melancolicamente e disse:
"Uma vez eu também quis me matar. Até tentei seguir em frente".
Isso chamou minha atenção totalmente.
Eu estava ansiosa para saber por quê. Ela me disse que passou a maior parte de
sua vida em um casamento no qual criou os seis filhos do marido. Ela foi a
única mãe que eles conheceram. A mãe deles não queria nada com eles. Quando
eles estavam todos crescidos e sozinhos, seu marido a deixou. Embora ela
estivesse totalmente ligada aos filhos, eles não queriam nada com ela.
Ela disse que decidiu que se mataria e
pesquisou a melhor maneira de fazer isso. "Água gelada", disse ela,
"essa é a maneira mais rápida e promissora." Então, ela vendeu sua
propriedade, todas as suas posses e reservou um cruzeiro para o Alasca, onde
estava determinada a se jogar nas águas geladas.
Então ela deu uma bela gargalhada, deu
um tapa no joelho e disse: "Mas, quando eu cheguei lá, o lugar era tão
lindo, era de tirar o fôlego, e era tão relaxante! Percebi que não precisava me
matar. O que eu realmente precisava era de um período de férias!"
Eu ri junto com ela e fiquei surpresa
com a pungência de sua história.
Muitos anos depois, quando eu estava me
sentindo desanimada, meu pai me perguntou: "Summy, quando as águas ficam
bravas, o que o capitão de um navio faz?"
Perplexa, encolhi os ombros e disse:
"Não sei". Ele sorriu e disse: "Ele navega o seu melhor!"
Quando criança, e depois adolescente,
quando costumava brincar nas ondas do oceano Pacífico, às vezes as ondas
tiravam o melhor de mim. Aprendi rapidamente que era melhor render-se ao
movimento delas e cavalgá-las de volta à costa, em vez de lutar contra a
corrente natural.
Agora, quando a vida fica difícil,
percebo que tenho opções.
Tiro férias. Navego o meu melhor. Rendo-me
à corrente.
O que quer que eu decida fazer,
trata-se de mergulhar mais fundo em mim mesma.
Fonte: Website Summer
Bacon
Direitos Autorais
Summer Bacon
Traduzido por Adriano Pereira
Manaus/Amazonas
blogluzevida@gmail.com
Luz, Amor e Gratidão
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