Ela fora passar o dia no hospital, com a nora, que sofrera um acidente e quebrara o pé.
Estava penalizada com a situação da jovem tão
ativa, que trabalha, estuda, cuida de seu lar, agora com tantos apetrechos no
pé suspenso, sem saber o tempo que precisaria para tornar a andar.
Envolvia-se nesses pensamentos de pesar, ali, ao
lado da cama, sem saber mesmo o que dizer, o que falar.
Em dado momento, percebeu outra senhora, na mesma
enfermaria, que fazia companhia a uma idosa bastante debilitada.
Iniciaram um diálogo, enquanto ela observava os
gestos rápidos daquela acompanhante, confeccionando pequenos bonequinhos de lã.
Ficou sabendo que eram mimos que a artesã criara
para presentear as pessoas que passassem pelas enfermarias, enquanto ela ali
estivesse.
Este aqui, disse mostrando
o que tinha em mãos, é para esta moça bonita não se sentir tão triste.
Vou confeccionando-os e colocando neles carinho,
desejo de recuperação e alegria para quem os recebe.
No diálogo que prosseguiu, aquela mulher
encantadora disse que, embora ganhasse bom salário como cuidadora de idosos,
ali estava em voluntariado.
Tratava-se de uma vizinha, que vivia só com seu
companheiro, portador de um câncer terminal que o consumia dia após dia.
Sem ter quem os socorresse, passara a assisti-los.
Agora, que a idosa precisara ser internada, ela acionara outra voluntária para
atender o marido, em casa, enquanto ela ficasse no hospital, como acompanhante.
As palavras eram sinceras, brotavam cheias de
ternura, emocionando.
Tão absorta estava a visitante, que demorou um
pouco para perceber que o mimo de lã, recém feito, fora transferido das mãos da
doadora para as mãos da sua nora.
Um pequeno mimo, cheio de boas e sinceras
vibrações. Recheado de amor.
* * *
Quantas almas de anjos se
encontram na Terra espalhando seu carinho e amor para as pessoas, através de
pequenos gestos envoltos em energias e fluidos salutares.
Em vestes ricas, em vestimentas simples, homens e
mulheres, de diferentes cores, classes sociais, etnias e crenças.
Filhos de um único Pai de Amor e Justiça infinitos,
eles atendem ao que espera a Bondade de Deus através de cada um de nós.
Benditas sejam essas criaturas que se esquecem dos
ganhos materiais passageiros e recolhem a gratidão dos que recebem seus
cuidados.
Benditas sejam as almas que se dispõem a doar o
amor e o carinho que todos merecemos, independente de posição e condição
material.
Benditas sejam as mãos que, mesmo cansadas, ainda
sentem disposição para presentear as criaturas que sofrem ao seu redor.
Mãos delicadas ou grosseiras, que criam mimos para
aquecer os corações, fazer brotar um sorriso na face onde o rio das lágrimas
era constante.
Benditos os corações que se desdobram em
atendimento ao semelhante. Benditos os olhos de ver, que descobrem o sofrimento
alheio e se dispõem ao socorro.
Benditos os que trabalham no sentido de fazer de
nossa Terra um planeta de luz e de amor para todos os viventes.
Dignos filhos do Pai Celeste, imitemo-los.
Redação do Momento Espírita.
Em 6.6.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
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