Aqueles que já utilizaram a palavra adeus sabem
o quanto custa pronunciá-la, seja para um amigo ou familiar que retorna às
moradas espirituais, seja para alguém que nos é caro e que está em outra parte
do globo.
Não dizemos adeus somente para
aquele que parte. Despedimo-nos também de uma fração de nós mesmos. Afinal,
alguém com quem compartilhamos sonhos, sorrisos e ternura, se vai e todas essas
emoções, aparentemente, se vão também.
O adeus é o princípio da saudade,
que carrega em si profundos questionamentos:
Por que a morte?
Por que as circunstâncias da vida nos separam
daqueles a quem amamos?
Sem dúvida, são
perguntas justas a todos aqueles que experenciamos a falta de alguém.
Para todos os que sentimos saudade, nos mais
diversos matizes e intensidades, façamos um exercício: troquemos a
palavra adeus pela rogativa a Deus, nosso Pai.
*
* *
A Deus entregamos
todos os que, por uma ou outra razão, se separaram de nós.
A Deus confiamos
aqueles que, por conta das mais diversas necessidades, precisaram se distanciar
dos familiares, dos amigos, dos que lhes são caros.
A Deus entregamos
os que, fisicamente, estão próximos, mas que, impedidos pelo orgulho, pelo
egoísmo e pela falta de perdão, levantaram barreiras entre si.
Em algum momento,
eles haverão de derrubá-las, considerando que o amor é o único laço
indestrutível entre os seres.
A Deus confiamos
os que partiram para o mundo das drogas, da violência, da corrupção e, dessa
forma, se encontram distantes do bem.
Nós os entregamos
à Misericórdia do Criador que, no devido tempo, permite que todos nos ajustemos
às imutáveis Leis Divinas.
A Deus rogamos pelos que estão distantes de si
mesmos, os depressivos, os que se perderam no caminho interior, que todos
devemos percorrer, não observando a recomendação: Conhece-te a ti mesmo.
A Deus pedimos
pelos que estão separados do convívio social. Pelos idosos, nos asilos e casas
de acolhimento, carentes de uma visita.
E pelos pequeninos
que, em abrigos, anseiam por uma família que os acolha.
Ainda, a Deus
rogamos pelos que retornaram às tantas moradas da Casa do Pai.
Confiantes de que
a morte não é o fim, de que o túmulo não é o destino final, saibamos aguardar
pelo garantido reencontro que trará o esperado abraço, capaz de romper toda
distância e qualquer separação.
*
* *
Em nenhuma esfera da vida, em nenhum plano da
existência, o adeus verdadeiramente existe.
Quando a saudade
marejar os nossos olhos, que a fé preencha nosso coração, fazendo-nos lembrar
de que o reencontro com aqueles a quem amamos faz parte do ciclo da vida.
O sol é o
responsável por nos recordar que os reencontros são inevitáveis.
À noite, ele
desaparece e dele nos separamos. No entanto, a terra gira, como giram nossas
vidas. Na aurora, retornam os raios solares para nos iluminar.
Assim se dá com a
noite da saudade que, na Divina aurora, será substituída pelo raiar do
reencontro.
Então, as lágrimas
serão de alegria e o amor brilhará nas almas que, nem por um instante sequer,
estiveram verdadeiramente separadas.
Pensemos nisso.
Redação do Momento
Espírita
Em 3.7.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e
Gratidão
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