O
sol buscava a linha do horizonte e o manto escuro da noite já se espalhava
pelos campos, quando o trabalhador deixou a lavoura e tomou o caminho de volta
para casa.
Caminhava
a passos largos com a colheita do dia às costas, quando notou que, em sentido
contrário, vinha luxuosa carruagem revestida de estrelas.
Contemplando-a
fascinado, viu-a parar junto dele e, quase
assustado, reconheceu a presença do Senhor do Mundo, que saiu dela e
estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...
O
quê? Refletiu espantado. O Senhor da Vida a
rogar auxílio a mim, que nunca passei de mísero escravo na aspereza do solo?
Mas,
como o Senhor continuava esperando, mergulhou a mão no alforje de trigo
que trazia e entregou ao Divino Pedinte apenas um grão da preciosa carga.
O
Senhor agradeceu e partiu.
Quando,
porém, o pobre homem do campo voltou a si do próprio assombro, observou que
doce claridade vinha do alforje poeirento...
O
grão de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola transformado
em uma pedra de ouro luminescente...
Deslumbrado
gritou:
Louco
que fui!... Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?
* * *
O
apólogo retrata um pouco da atual realidade da Terra.
Quando
o materialismo compromete edificações veneráveis da fé, no caminho dos homens,
o Cristo pede cooperação para a sementeira do Seu Evangelho, junto ao Seu
rebanho sofrido.
No
entanto, nós costumamos agir como o lavrador.
Não
estamos dispostos a ofertar a nossa dádiva em benefício do bem comum. E quando
fazemos, damos apenas uma pequena migalha.
O
Senhor da Vida não necessita das coisas materiais porque todas lhe pertencem,
no entanto, solicita a nossa autodoação em prol da edificação de um mundo
moralmente melhor.
Assim
como o verme executa sua tarefa embaixo do solo, a chuva e o vento fazem seu papel
no contexto da natureza.
Assim
como o sol, a lua e os demais astros trabalham para que haja harmonia no
Universo...
Assim
como as abelhas e outros insetos fazem a tarefa da polinização, possibilitando
a fecundação da vida... assim também o Senhor da Vida espera de nós a dádiva da
polinização do Seu amor junto aos Seus filhos.
A
pequena dádiva da paciência e da tolerância...
A
esmola convertida em salário justo, dignificando o homem...
Uma
migalha de afeto doada com sinceridade...
O
sorriso capaz de despertar a alegria em alguém....
Um
minuto de atenção a um enfermo solitário...
A
palavra sincera capaz de esclarecer e consolar...
Uma
semente de esperança plantada no coração de alguém que sofre... São nossas
pequenas dádivas que se converterão em luz a iluminar nossa própria caminhada.
* * *
O
Senhor da Vida está sempre a solicitar a nossa colaboração para que Seus
objetivos nobres se concretizem na face da Terra.
Sabedores
de que nossas pequenas dádivas se converterão em tesouros eternos, não as
economizemos como o lavrador. Agindo assim não teremos que dizer:
Louco
que fui!... Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?
Redação do Momento Espírita com base no cap. Dedicatória, do
livro Cartas e crônicas, pelo Espírito Irmão X, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 9.7.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
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