Jesus era um homem singular. Transitava entre as
diversas camadas da sociedade de seu tempo, convivendo com suas nuances
econômicas, políticas e culturais, sem desprezo nem desconforto.
Era procurado por cegos, doentes, prostitutas,
párias dos variados tipos. Também por doutores da lei, religiosos, ricos.
A sua amorosidade pedagógica, sempre pronta a
ensinar as coisas de Deus, a quem quer que se lhe aproximasse, é notória em
inúmeras passagens dos Seus Evangelhos.
Não foi diferente quando esteve com Ele grande
autoridade religiosa.
Aquele homem, membro da mais alta corte de justiça
de Israel, um doutor da lei, tinha conhecimento da sua religião.
Não obstante, admira-se Nicodemos quando Jesus lhe
afirma, de maneira clara, que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de
novo.
A observação de Jesus faz todo sentido pois as
coisas de Deus são por demais complexas, profundas e amplas para serem
absorvidas todas em uma única existência.
Como aprender a amar indistintamente em apenas
algumas décadas de vida?
De que maneira conseguir perdoar profundamente as
mágoas mais doloridas, nos poucos anos de uma existência?
Como compreender a lógica de todas as ciências,
desde o microcosmo das células à grandiosidade do Universo, em poucos anos de
vida?
Como renovar o coração, muitas vezes embaçado pelas
dificuldades que ainda carregamos, sem a chance de refazer caminhos e atitudes?
Sem a oportunidade de retomar de onde paramos, como
aprender com os erros e ilusões que nos permitimos ao longo da existência?
Será somente nascendo inúmeras vezes que
conseguiremos tais ensejos.
Reencarnar é preciso para reencontrar os amores e
atar ou reatar esses laços de melhor maneira.
É necessário também para reencontrarmos os
desafetos de outrora para ressignificar sentimentos, tornando-os mais nobres.
Faz-se importante retornar ao palco da vida,
inúmeras vezes, para que experiências sejam acumuladas em nosso íntimo, nos
amadurecendo, conferindo-nos melhor compreensão dos caminhos que nos conduzem a
Deus.
É o processo de mergulhar na carne, de vestir
novamente um corpo físico que nos dá a chance de multiplicados aprendizados,
que se consolidam nos revezes e atribulações da vida.
Eis aí a beleza e a justiça da lei da reencarnação.
Nenhum de nós se encontra pela primeira vez nesse
processo de aprendizado.
As histórias das existências que percorremos se
externalizam nos valores do coração e nas capacidades da nossa mente.
Experienciar novamente a vida do lado de cá, é, sem
dúvida, motivo para rendermos graças ao Senhor pela bendita oportunidade.
Não importa em que situação estagiamos nesta
existência.
Uma vida confortável ou plena de agruras. Cheia de
obstáculos ou leve no seu caminhar. Com uma família imensa, cheio de amigos, ou
na solidão.
Todos nós, sem exceção, estamos em momento deveras
importante agora que nascemos de novo.
Aproveitemos a oportunidade de aprender um pouco
mais sobre o Reino de Deus, nas repetidas lições que a vida nos oferece.
Aproveitemos. O dia apenas começa...
Redação do Momento Espírita.
Em 2.7.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e Gratidão
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