Na pequena cidade,
quase todos se conheciam e a comunidade tinha a virtude da solidariedade.
O que acontecia a
um, atingia aos demais. Assim, quando um incêndio devorou as instalações do
ainda nem inaugurado restaurante do jovem casal, a cidade ficou abalada.
Todos estavam
cientes que o marido de Justine vendera seu barco e ela investira até o seu
último centavo para aquisição daquele imóvel.
Ainda estavam no
período das reformas, quando o sinistro surpreendeu, com suas chamas altas, em
plena noite.
Às vésperas do
Natal, aquela tragédia atingiu não somente o casal, mas parentes, amigos,
conhecidos.
De forma
surpreendente, a mão de obra para a limpeza, retirada de entulhos e consertos
possíveis se apresentou.
Foi emocionante
recepcionarem o casal entre as paredes queimadas, com salgados, tortas, café,
chá, dizendo da sua intenção de auxiliar.
Aquilo serviu de
estímulo aos jovens para prosseguirem na perseguição do seu sonho, a abertura
do restaurante.
Quando a cantora,
vinda de outra cidade, desembarcou no cais, teve quem a auxiliasse, indicando o
endereço que buscava.
Grávida, não lhe
foi difícil conseguir emprego como garçonete e cantora, na lanchonete mais
frequentada da pequena cidade.
Uma cidade amiga.
Uma cidade solidária.
Quando o concurso
anual da mais bela decoração natalina foi aberto, o dono da pousada se esmerou.
Utilizou os
enfeites do ano anterior, adquiriu outros e iluminou o imóvel do telhado ao
chão. De longe, podiam ser vistas as luzes de variadas cores.
Pelo jardim,
espalhou árvores decoradas, laços de fita, renas iluminadas e outras figuras
natalinas.
Os comentários é
de que a pousada, com certeza, seria a escolhida pela comissão de festejos,
composta pelas pessoas mais atuantes na comunidade.
Os dias avançavam
e Bob, o dono da pousada, já se imaginava com o troféu nas mãos, pela oitava
vez consecutiva.
Então, quando a
Comissão estava prestes a decidir, sua esposa fez um comentário.
Disse como a quase
nonagenária senhora Edna ficaria triste por não ser a premiada.
Afinal,
disse ela, está idosa, vive sozinha e se esmerou na decoração. Pobre
Edna, sua tristeza será muito grande mesmo.
Ao ouvir isso, Bob
olhou o esplendor da sua pousada, as luzes piscando, o colorido imenso que
tomava conta do jardim, na noite agradável.
Pensou em Edna. Há
poucos dias, ele a vira se credenciar para compartilhar um jantar com um dos
jovens da cidade.
Uma promoção que
visava oferecer alegria à comunidade, alargamento das amizades e, também,
recursos para a manutenção da Biblioteca Pública.
Então, num gesto
bem pensado, ele foi até a caixa de força e desconectou os cabos elétricos.
Repentinamente, todos os enfeites, guirlandas, sinos iluminados desapareceram.
Com essa atitude,
ele se retirava da competição para possibilitar a vitória à idosa Edna.
Uma renúncia. Um
ato de compaixão, de bondade, de solidariedade.
Ele desejava ver
aquela senhora sorrir, se emocionar e mostrar o troféu conquistado.
Um gesto assim
massageia o coração de quem o realiza. E coloca sorriso nos lábios envelhecidos
de uma longa vida.
Redação do Momento Espírita, com base em capítulos do seriado Os casos de Cedar
Cove do romance homônimo de
Debbie Macomber.
Em 7.12.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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