É comum, na atualidade, face ao aumento da violência reinante, que as criaturas cogitem portar armas ou tê-las em casa, para uma eventualidade.
Tais pessoas não
se apercebem da inutilidade da medida. Mais do que isso, quando alguém passa a
portar arma, está se condicionando, predispondo-se a utilizá-la. E nunca a
violência mostrou ter sanado a violência.
Armas em casa têm
trazido, até agora, maior soma de dores e transtornos.
São inúmeros os
casos de crianças que, curiosas, acionam armas dos pais ou irmãos maiores,
ferindo-se ou ferindo a outros. Às vezes, mortalmente.
Vários são também
os casos de pais que acionaram gatilhos contra os próprios filhos, retornando
ao lar altas horas da noite, pensando se tratar de assaltantes.
Ao abordar a
questão, o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, recebeu dos
Espíritos a resposta de que só a necessidade pode desculpar o assassinato.
Se pudermos,
dizem, preservar a nossa vida sem atentar contra a do agressor, é o que devemos
fazer.
Ora, quando
alimentamos a ideia de ferir a outrem, se formos agredidos, descemos ao nível
do criminoso. Além disso, sintonizando com faixas de agressão, passamos a ser
alvo muito fácil de agressores de toda sorte.
Os adeptos
do bateu, levou dizem que agem com agressividade porque já
aguardavam a agressão do outro.
Explicam que
preferem desferir o primeiro golpe, antes de que o outro o faça.
O que ocorre é que
a violência sempre gera maior carga de violência.
Os outros agridem
porque também agrediríamos se nossa fosse a chance. Magoam porque faríamos o
mesmo se tivéssemos a oportunidade.
É importante que
não sejamos nós os violadores, os agentes do mal.
O orador espírita
Divaldo Pereira Franco narra interessante experiência pessoal. O assaltante lhe
coloca uma faca ao pescoço, em plena rua, e tenta agredi-lo.
Ante a calma que
busca aparentar, explicando nada ter para dar, nem o relógio, que esquecera
sobre a mesa, em casa, o criminoso cede e é convencido a ir até o apartamento
onde se hospedava Divaldo.
De pernas bambas,
pelo susto que tomara, Divaldo é amparado pelo quase assaltante.
Um longo papo, um
café, um telefonema que aciona companheiros espíritas, um confrade que se
oferece para empregar o rapaz em desespero e eis um amigo conquistado. Um
bandido a menos nas ruas.
A melhor técnica,
portanto, de defesa pessoal é a confiança em Deus, a vida nobre, o desarmamento
íntimo. Revidar mal por mal é nos tornarmos iguais ao mau.
Desarmarmo-nos
interiormente - eis uma grande decisão. Afinal, vivemos prevenidos uns contra
os outros, sempre com a palavra ferina e o gesto de revide.
Gandhi e Jesus
foram grandes defensores do não revide, da não violência, num mundo de homens
violentos em que viveram.
Deixaram-se imolar
em nome desse ideal.
* * *
Não esqueçamos de
que o agressor está perturbado e uma reação violenta, de nossa parte, somente
agravará a situação, que poderá acabar em tragédia.
A tranquilidade do
agredido infunde paz no violento, que se desarma do ódio e se dá conta da sua
hostilidade sem justificativa.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 17, do livro Pelos caminhos de
Jesus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. LEAL.
Em 29.1.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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