A parábola do bom
samaritano começa assim: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu
nas mãos de ladrões que o despojaram, cobriram de feridas, e se foram,
deixando-o meio morto.
A imagem utilizada
por Jesus é significativa. Sem descermos aos detalhes do bom samaritano que
auxiliou aquele homem, é de nos perguntarmos por que ele sofreu a agressão?
Alguns o têm
considerado um mercador, um negociante, que padeceu a sanha dos ladrões. No
entanto, Jesus não tece nenhuma consideração a respeito.
Simplesmente diz
que um homem descia de Jerusalém. Jerusalém era a cidade religiosa. Era lá que
estava o templo, local onde oravam os judeus.
Era, portanto, o
símbolo da ligação com Deus.
Jericó, por sua
vez, era a cidade do ócio e da riqueza material. Lugar de conforto e área de
prazer.
Local de
abundância. Seu terreno generoso era tido como o mais abençoado oásis da
palestina.
É considerada,
tradicionalmente, como a cidade mais antiga da Terra. Acredita-se que o homem
ali se instalou entre os milênios 10 e 7 a.c.
O
homem descia, diz a parábola. Figurativamente, equivale a
dizer que, na sua intimidade, abandonou a condição de ligação íntima com Deus
na busca de interesses puramente materiais.
Jerusalém
representa, na parábola, tudo aquilo que diz respeito ao Espírito e seu
crescimento: a moral, a ética, o amor.
Jericó fala aos
sentidos mais banais. Então, o homem deixa sua condição de moralidade para
buscar os prazeres do mundo.
Nessa etapa de
invigilância sofre o assalto, a agressão.
Assim pode ocorrer
conosco. Sempre que buscamos as futilidades, esquecendo-nos das primordiais
questões do Espírito, sintonizamos com faixas inferiores.
Nessas
oportunidades, poderemos ser vítimas dos maus e do mal, pois nos colocamos no
seu meio.
A exortação de
Jesus para a vigilância que devemos exercer sobre nossos pensamentos e ações
não deve ser desconsiderada.
O homem agredido
encontrou o bom samaritano que o socorreu. Entretanto, se não tivesse sido
invigilante, poderia não ter sofrido o assalto.
Em nosso caminho
evolutivo todos passamos pela fieira da ignorância, mas não há necessidade de
experimentarmos o mal.
Existem questões
em nossas vidas das quais não poderemos nos furtar. Estão no cômputo das nossas
necessidades sofrê-las, seja por questões de resgate ou por serem um convite ao
progresso.
Isso porque sempre
que as dificuldades nos alcançam, nosso instinto de conservação nos impele a
buscarmos soluções.
Nessa busca,
criamos condições novas para nós mesmos e para a Humanidade. É o que chamamos
progresso.
As pandemias, ao
longo dos séculos, nos conduziram a pensarmos em melhores condições ambientais,
de higiene pessoal, de cuidados para evitarmos a contaminação.
Também a
desenvolvermos medicação apropriada e a elaboração de vacinas.
Contudo, existem
muitos problemas que não precisaríamos ter. Bastaria maior vigilância pessoal,
melhor controle das nossas emoções e dos nossos sentimentos.
Dessa forma,
entendamos que optar por Jerusalém ou por Jericó é questão pessoal.
Importante que
saibamos realizar a melhor escolha.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 18, do livro Pelos caminhos de
Jesus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. LEAL.
Em 27.1.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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