As
lâmpadas servem para iluminar. Para isso, são dotadas de potências de
iluminação diferentes.
Há
lâmpadas de 60 watts, de 100 watts, de 150 watts. Esse número em watts diz o
poder de iluminação da lâmpada.
Também
as inteligências servem para iluminar.
Nos
gibis, o desenhista, para dizer que um personagem teve uma boa ideia, desenha
uma lâmpada acesa sobre a sua cabeça.
As
inteligências, à semelhança das lâmpadas, também têm potências de iluminação
diferentes.
Os
homens inventaram testes para medir a "wattagem" das inteligências.
Ao
poder de iluminação das inteligências deram o nome de "QI",
coeficiente de inteligência.
As
inteligências não são iguais. Pessoas a quem os testes inventados pelos homens
atribuíram um QI 200, têm um poder muito grande para iluminar.
Alguns,
para se gabar, chegam a mostrar sua carteirinha, dizendo que sua inteligência
tem uma "wattagem" alta.
Mas,
nós não olhamos para as lâmpadas. As lâmpadas não são para serem vistas. As
lâmpadas valem pelas cenas que iluminam e não pelo brilho.
Olhar
diretamente para a lâmpada ofusca a visão.
Há
inteligências de "wattagem" 200 que só iluminam esgotos e cemitérios.
E há inteligências modestas, como se fossem nada mais do que a chama de uma
vela, que iluminam sorrisos.
Uma
lâmpada não tem vontade própria. Ela ilumina o objeto que o seu dono escolhe
para ser iluminado.
A
inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos
que o coração do seu dono determina que sejam iluminados.
A
inteligência de quem ama dinheiro ilumina dinheiro, a inteligência dos
criminosos ilumina o crime, a inteligência dos artistas ilumina a beleza.
A
inteligência é mandada. Só lhe compete obedecer.
* * *
As considerações
luminosas de Rubem Alves nos fazem pensar um pouco a respeito de como estamos
utilizando este grande instrumento que temos - a inteligência.
O que temos
iluminado com ela? O que temos feito desta grande habilidade da qual dispomos?
Allan Kardec deixa
claro que a inteligência nem sempre é penhor de moralidade, e o homem mais inteligente
pode fazer um uso pernicioso das suas faculdades.
Assim, ter uma
inteligência avantajada não significa ser um homem de bem, não significa ser
uma alma evoluída.
É necessário que
essa inteligência esteja sendo canalizada para o bem, para a civilização e
aperfeiçoamento da Humanidade.
A mesma
inteligência que desenvolve uma arma química pode desenvolver vacinas e
remédios.
A mesma
inteligência que manipula as leis e as pessoas em benefício próprio, pode ser a
inteligência que auxilia, que defende os fracos e oprimidos.
A mesma
inteligência das estratégias criminosas de usurpação do dinheiro público pode
ser utilizada na reconstrução de cidades, na restituição da dignidade de povos
abandonados por interesses materialistas.
Basta que a
lâmpada ilumine o que deve iluminar, basta que façamos escolhas acertadas e
demos ordens corretas à nossa inteligência.
A inteligência,
como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração
do seu dono determina que sejam iluminados.
Redação do Momento
Espírita, com base no texto Variações
sobre a inteligência, do livro O
sapo que queria ser príncipe, de
Rubem Alves, ed. Planeta.
Em 22.1.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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