sábado, 9 de janeiro de 2021

Momento Espírita: DIVIDA E RESGATE.

Tudo aconteceu no Século XVIII. Ano de 1769.

Na grande fazenda, na casa grande, uma jovem extremamente bela planejava algo terrível.

Ela descobrira que seu noivo começara a olhar de forma mais demorada para sua prima, Tereza Cristina.

Mas, pensava ela, de modo algum, Tereza Cristina me tirará o noivo, que é meu, só meu.

Seus sonhos de moça apaixonada não seriam destruídos pela prima.

Maria Amélia pensou muito durante toda a noite. No dia seguinte marcou um passeio a cavalo com Tereza Cristina.

Lembrou-se que, às margens do rio, havia abelhas mortíferas que, dias antes, tinham acabado com dois bois desprevenidos.

Era só colocar a prima ao alcance delas.

Mas como?

Surgiu então o plano. Assustar-lhe o cavalo, no local mais próximo às abelhas. A outra nada sabia a respeito da região perigosa. Maria Amélia dispararia a arma entre as patas do animal que, com certeza, a jogaria ao chão.

Depois, ela mesma se retiraria do local e pronto... tudo terminaria.

No dia seguinte, saíram as duas a passear. Quando se aproximaram da zona perigosa, Maria Amélia disparou a arma. O cavalo de Tereza Cristina empinou. A jovem caiu com um grito de dor.

Maria Amélia pôde ouvir o zumbido ameaçador das abelhas chegando. Golpeou seu próprio animal, afugentou a outra montaria e se afastou bem depressa.

De longe, pôde ouvir os gritos de Tereza Cristina sendo atacada pelas abelhas terríveis.

Mais tarde, o corpo da jovem foi encontrado. Estava deformado. Tudo pareceu um infeliz acidente.

O tiro que Maria Amélia disparou ninguém ouvira. Todos acreditaram que ela escapara, por milagre, e sua prima não tivera a mesma sorte.

*   *   *

O tempo passou. Duzentos anos depois, no ano de 1969, na cidade de Uberaba, em Minas Gerais, os jornais traziam uma manchete: Abelhas voltam a atacar. Moça morre em um piquenique.

A notícia esclarecia que várias moças, reunidas em um piquenique, às margens de um riacho, tinham sido atacadas por abelhas ferozes.

Uma delas, a mais atingida, morrera num dos hospitais da cidade, enquanto era atendida pelos médicos.

Era Maria Amélia reencarnada. A Justiça Divina a alcançava agora, para resgatar sua dívida.

Sem necessidade de que ninguém servisse de intermediário, nem se tornasse seu algoz ou seu carrasco.

O povo diz que a Justiça de Deus tarda, mas não falha. Na verdade, ela nunca chega tarde.

Chega sempre no tempo exato. No momento em que o Espírito, consciente dos erros que praticou, se dispõe ao resgate.

Realmente, nunca falha e jamais atinge pessoas inocentes. Nunca cobra além do que a pessoa deve.

Deus, que é Justiça, é também Misericórdia.

*   *   *

Se estamos sofrendo dores físicas ou morais, pensemos que chegou o nosso momento do reajuste.

Ninguém padece sendo inocente. Ninguém colhe o que não semeou.

Ajustemo-nos, assim, à lei, sofrendo sem reclamar, com dignidade. Sem revolta e sem comodismo, porque as almas vencedoras são as que vencem a luta, por combaterem o bom combate até o fim.

Redação do Momento Espírita, com base no  cap. 33, do livro Histórias da Vida, pelos Espíritos Hilário Silva e Valerium, psicografia de Antonio Baduy Filho, ed. IDE.
Em 9.1.2021.

Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br


Luz, Amor e Gratidão
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