O Evangelista Mateus anotou palavras de Jesus que, até hoje, causam um
certo espanto ao estudioso dos Evangelhos, ao menos no primeiro momento.
Dentre elas, a afirmativa: Não
cuideis que vim trazer a paz à Terra. Não vim trazer a paz, mas a espada.
Acontece que o conceito de paz, entre os homens, desde muitos séculos
está viciado.
Na expressão comum, ter paz significa ter atingido garantias do mundo,
dentro das quais possa o homem viver, sem maiores cuidados.
Paz, para muitos, significa ter a garantia de grandes somas de dinheiro,
não importando o que tenha que fazer para as conseguir.
Isso porque muito dinheiro significa poder se rodear de servidores, de
pessoas que realizem as tarefas que, normalmente, a criatura deveria executar.
Também tem a ver com viagens maravilhosas para todos os lugares
possíveis, ida a restaurantes caros, roupas finas, perfumes exóticos.
Desfrutar de tudo o que é considerado bom no mundo.
Naturalmente, Jesus não poderia endossar esse tipo de tranquilidade,
onde o ser vegeta e não vive realmente.
Assim, em contrapartida ao falso princípio estabelecido no mundo, Jesus
trouxe consigo a luta regeneradora, a espada simbólica do conhecimento interior
pela revelação divina, para que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento em
si mesmo.
Jesus veio instalar o combate da redenção. É um combate sem sangue, uma
frente de batalha sem feridos.
A guerra que o Senhor Jesus propõe é contra o mal. Ele mesmo foi o
primeiro a inaugurar o testemunho pelos sacrifícios supremos.
Convidado a se sentar no Sinédrio, junto aos poderosos do templo de
Jerusalém, optou, sem desprezar ninguém, por se dedicar à gente simples, para
quem ensinou bondade, compaixão, piedade.
Exatamente numa época em que a lei do mais forte imperava. O dominador
romano mandava e o povo escravo deveria obedecer.
Uma época em que os portadores de hanseníase, que conheciam como lepra,
eram colocados para fora das cidades, longe do convívio dos seus amores, sem
cuidado algum.
Uma época em que as crianças enjeitadas eram abandonadas nas ruas,
entregues a ninguém.
Há mais de vinte séculos a Terra vive sob esses impulsos renovadores da
mensagem de Jesus.
Buscar a mentirosa paz do conforto exclusivo, pensando somente em si
próprio, é infelicitar-se.
Todos aqueles que pretendem seguir Jesus encontram, pela frente, a
batalha pela conquista das virtudes. Mas, igualmente, a serenidade inalterável,
na divina fonte de repouso dos corações que se unem ao amor de Jesus.
Ele é o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e
sinceros.
* * *
A conquista da paz do Cristo, em essência, é fácil. Basta seguir
pequenas regras: não ter ambição em
demasia e saber valorizar o que se tem.
Amar e perdoar, sem acumular mágoas, que somente pesam na economia da
alma, infelicitando-a.
Cumprir fielmente os seus deveres, na certeza de que a paz de
consciência se alcança com o dever retamente cumprido.
Finalmente, entregar-se confiante aos desígnios de Deus. O bom Deus que
cuida das aves do céu e dos lírios do campo, vela incessantemente por todos
nós.
Redação do Momento
Espírita com base no cap. 104, do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito
Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e no verbete Paz, do
livro Repositório de sabedoria, v.2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 11.7.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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