Você já percebeu que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos nossos
corações e nos leva a considerar amarga a vida?
É que nosso Espírito, aspirando a felicidade e a liberdade, se sente
esgotado, cativo ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair
dele.
Reconhecendo inúteis tais esforços, caímos no desânimo e, como o corpo
sofre essa influência, toma-nos o cansaço, o abatimento, uma espécie de apatia.
E nos julgamos infelizes.
A saudade dos amores que já se foram comprime-nos o peito, e a solidão
aproveita para se instalar em nossa alma sofrida.
Os dias se sucedem e a tristeza teima em nos fazer companhia...
No entanto, é preciso que resistamos com energia a essas impressões que
nos enfraquecem a vontade.
São inatas no Espírito de todos os homens as aspirações por uma vida
melhor.
O próprio Cristo falou da felicidade que Deus nos reserva, na vida futura,
após vencidas as etapas que nos competem na estrada evolutiva.
Devemos, por nossa vez, aguardar pacientemente o anjo da libertação,
para nos ajudar a romper os liames que nos mantém cativos ao corpo carnal.
Lembremo-nos de que, durante a nossa estada na Terra, temos de
desempenhar uma missão de que não suspeitamos, quer dedicando-nos à família,
quer cumprindo outras obrigações que Deus nos confiou.
E se, no decorrer desse período, advierem as inquietações, as
tribulações, as noites sem estrelas, os dias amargos, devemos manter-nos fortes
e corajosos para os suportar.
Nesses dias difíceis, é importante que cerremos os olhos e voltemos
nossos sentimentos ao Alto, numa oração sincera, buscando forças.
E, ainda que tudo pareça envolto em escura neblina, perceberemos os sons
de uma melodia distante, convidando-nos a dar alguns passos a mais... É a voz
do Suave Pastor que jamais nos deixa sós.
É a cantiga dos imortais, que superaram com bravura as refregas da vida
física, dizendo-nos que os momentos amargos duram pouco.
E nos conduzirão à companhia dos amigos por quem choramos e que, felizes
por ver-nos de novo entre eles, nos estenderão os braços, a fim de guiar-nos a
uma região inacessível às aflições da Terra.
* * *
Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres
amados, encontram consolação na fé, na confiança em Deus e nos demais ensinos
do Cristo.
Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta existência, ou que
simplesmente duvida, as aflições caem com todo o peso e nenhuma esperança lhe
alivia a amargura.
Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais
fatigados, que eu vos aliviarei.”
Redação do Momento Espírita, com base no cap. V, item 25 e no cap. VI,
item 2 do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 20.7.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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