Faz bem ouvir
histórias de gratidão, recheadas de ternura.
Histórias que
mostram criaturas reconhecidas pela existência, pela oportunidade de viver
neste bendito planeta.
Talvez, por isso,
as pessoas frequentassem mais aquela lanchonete do que outras, na pequena
cidade.
O senhor, um homem
maduro, tinha um certo ar de filósofo. A cabeleira mal contida por um boné, os
olhos atentos, o dinamismo de quem amava o que fazia.
Tinha um olhar que
lhe permitia, tão logo a pessoa entrasse em seu estabelecimento, descobrir o
que lhe ia na alma.
Assim, quando a
esposa que acabara de se despedir do marido, que partira para uma missão
militar, no Exterior, adentrou o local, ele foi até a sua mesa.
Antes mesmo dela
fazer o pedido, ele ofereceu uma salada de frutas.
Bem
saudável, frisou.
Prefiro
um café preto, sem açúcar. - Disse a jovem.
Ele insistiu, com
delicadeza: Acredito que no seu estado deveria começar a tomar menos
café e alimentar-se melhor.
Ela se
surpreendeu. Como ele poderia saber da sua gravidez se somente há poucos dias
ela tivera a certeza?
E, antes que se
recuperasse da surpresa, continuou o senhor: Se resolver doar mesmo o
bebê, acredite que ele não irá querer mal a você. Ficará agradecido por tê-lo
deixado nascer.
Aquilo ia além dos
limites. Ele parecia ter lido na sua mente as tantas ideias que a atormentavam
com respeito a ficar ou não com o bebê.
Algumas lágrimas
lhe escorreram pela face. Ele continuou, bem humorado, como quem deseja plantar
uma semente de esperança:
Sabe,
eu sou adotado. Digo para mim mesmo que tive duas mães.
Tenho
certeza de que quando eu decidi que queria nascer nesta Terra, procurei uma
mulher para ser minha mãe.
Vi
uma jovem amorosa, bonita e falei: "Eu vou nascer desta mulher. Quero ser
filho dela!"
Depois,
encontrei outra mulher. Senti o amor que exalava dela e disse: "Esta será
a minha mãe."
Então,
eu tenho duas mães. A mãe biológica, que me gerou, me deu um corpo, me permitiu
nascer.
E
a mãe que me abrigou em seu colo, me recebeu como filho de sua carne, me
aninhou.
Ela
me alimentou, esteve comigo nos dias da infância, da juventude.
Sou
muito agradecido a ambas. Cada uma me amou de uma forma e me deu algo precioso:
o corpo, o lar, o carinho.
Penso
que todos os que sejam adotados deveriam ter esse pensamento de gratidão por
quem lhes permitiu nascer.
E
por quem os recebeu nos braços, acompanhando-lhes o dia a dia.
* * *
Quanta gratidão
havia naquele coração! Algo que nem sempre observamos nos filhos, biológicos ou
do coração.
Como são preciosas
as atuações das mulheres mães.
Filhos biológicos
devemos ser infinitamente gratos pela vida, pelos cuidados recebidos, por todo
o amor que nos alimentou.
Filhos adotados,
de igual forma, considerando que a generosidade de um coração materno nos
acolheu quando outro coração registrou dificuldades em continuar conosco.
Gratidão deve ser
a palavra gravada profundamente em nossos corações.
Pensemos nessas
criaturas que nos devem merecer respeito, carinho, atenção.
Redação do Momento Espírita, com base em capítulo da série televisiva Os casos de Cedar
Cove.
Em 10.12.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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