O mundo sequer
imaginava a surpresa que dele tomaria conta, em reduzido tempo.
Como uma nuvem que
se forma no céu e vai cobrindo tudo e todos, a pandemia se espalhou, exigindo
mudança de hábitos e costumes em toda parte.
O isolamento foi,
talvez, a mais dura prova imposta. Reclusos nos lares, sem possibilidades das
visitas habituais, dos encontros constantes com familiares e amigos, fomos
acometidos de certos ares de desolação.
Para a luta insana
contra o fantasma invisível e mortal, alguns profissionais foram chamados aos
fronts de combate.
Médicos,
enfermeiros, faxineiros, trabalhadores gerais da saúde nos postos de
atendimento e nos hospitais, se tornariam os aplaudidos heróis da Humanidade.
Esses servidores
se colocaram a serviço do próximo com esquecimento de si próprios, considerando
a sua indispensável ação.
Dedicação,
desapego, solidariedade, compaixão, empatia, carinho, amor.
Um coquetel de
sentimentos é a receita dessas almas que se entregam a salvar vidas.
Deixam suas
famílias para se dedicarem às famílias de desconhecidos.
Afastam-se de seus
filhos para socorrer e salvar os filhos alheios.
Isolam-se de seus
pais para que outros pais possam ter os cuidados que lhes são indispensáveis.
Esquecem-se de si
mesmos para que os demais tenham assegurado o tratamento que se lhes faz
devido.
São criaturas que
exemplificam o ensinamento do Excelso Carpinteiro.
Não apenas
memorizam os versículos dos Evangelhos, ou os recitam para os demais.
Demonstram, na
totalidade de suas ações, que acreditam servir ao próprio Cristo, talvez
recordando as palavras elucidativas dEle:
Tudo
que fizerdes a um desses meus irmãos pequeninos, a mim o fazeis.
É chegada a hora,
o momento certo, para revermos nossa posição frente à vida e ao mundo.
* * *
A pandemia veio
nos igualar em um patamar que merece ser analisado.
Não existe raça
privilegiada. Ela alcança brancos, negros, amarelos.
Não distingue
posição social, atingindo os considerados da mais alta sociedade aos que nem
sabem se pertencem a certa comunidade.
Não distingue
valores patrimoniais, reduzidas moedas ou cofres abarrotados. Ela os irmana
considerando todos de uma única raça e uma única família: a humana.
E se algo devamos
com ela aprender é a humildade. Ela nos diz, com toda a sua agressão, que
podemos saber muito, mas não sabemos tudo.
Chegou e nos fez
curvar a cabeça. A sua vinda entre nós determinou fechamento das nossas
empresas e indústrias.
Estabeleceu que
deveríamos replanejar a viagem, a festa. O aniversário do filho, o casamento
sonhado tudo ficou para algum dia, quando ela nos permitir.
Ela nos disse, de
forma veemente, que não somos donos de coisa alguma, que mesmo a saúde do
corpo, de que possamos nos vangloriar, nos pode ser retirada a qualquer tempo.
Aproveitemos os
momentos que se apresentam e aprendamos a lição para que, quando ela se for,
levando consigo os seus males, já tenhamos nos tornado pessoas um pouco
melhores.
Pessoas mais
compreensivas, tolerantes, amigas. Pessoas que olham o entorno e não somente
para si.
Pensemos a
respeito.
Redação do Momento Espírita, com transcrição do Evangelho de Mateus, cap. 25, vers. 40.
Em 12.12.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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