Ele era supervisor
e incentivador dos treinamentos naquela escola.
Certo dia, foi
assistir a uma aula da professora Donna. Viu que todos os alunos estavam
preenchendo uma folha de caderno com ideias e pensamentos.
Uma aluna de dez
anos, mais próxima dele, estava enchendo a folha de não consigo.
Não
consigo fazer divisões longas com mais de três números.
Não
consigo fazer com que a Debbie goste de mim.
Caminhou pela sala
e notou que todos estavam escrevendo o que não conseguiam fazer.
Não
consigo fazer dez flexões.
Não
consigo comer um biscoito só.
Decidiu verificar
com a professora o que estava acontecendo e percebeu que ela também estava
ocupada com sua lista de não consigo.
Frustrado em seus
esforços em determinar porque os alunos estavam trabalhando com negativas, em
vez de escrever frases positivas, continuou observando.
Os estudantes
escreveram por mais de dez minutos. Alguns usaram mais de uma página.
Depois de algum
tempo, foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa
vazia, que estava sobre a mesa da professora.
Quando todos
haviam colocado ali as folhas, Donna acrescentou as suas, tampou a caixa,
colocou-a embaixo do braço e saiu pela porta do corredor.
Os alunos a
seguiram.
Ela passou pela
sala do zelador e apanhou uma pá. Depois foi para o pátio da escola, até o
canto mais distante do playground. Ali começaram a cavar.
Quando a escavação
terminou, a caixa de não consigo foi depositada no fundo e
rapidamente coberta com terra.
Trinta e uma
crianças permaneceram de pé, em torno da sepultura.
Falou a professora:
Amigos,
estamos aqui reunidos para honrar a memória do "não consigo".
Enquanto esteve conosco, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do que
de outros.
Seu
nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública, escolas,
prefeituras, assembleias legislativas e até mesmo na Casa Branca.
Providenciamos
um local para o seu descanso final. Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs
"eu consigo", "eu vou" e "eu vou imediatamente".
Que
"não consigo" possa descansar em paz. Que todos nós possamos retomar
nossas vidas e ir em frente.
A atividade era
simbólica. Uma metáfora da vida. O não consigo estava
enterrado para sempre.
Depois, a sábia
professora encaminhou os alunos de volta à classe e promoveu uma festa.
Como parte da
celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão e escreveu as
palavras não consigo no topo, descanse em paz no
centro, e a data embaixo.
A lápide ficou
pendurada na sala de aula durante o restante do ano.
Nas raras ocasiões
em que um aluno se esquecia e dizia não consigo, Donna simplesmente
apontava o cartaz descanse em paz.
Então, ele se
lembrava que não consigo estava morto e reformulava a frase.
Como aquelas
crianças, o supervisor levou a lição daquele dia para a sua vida.
Até hoje, quando
ouve a frase não consigo, revê as imagens daquele funeral da quarta
série. Então ele se lembra, de forma viva, de que não consigo está
morto.
Redação do Momento
Espírita, com base em texto de Chick Moorman, do livro Canja de galinha
para a alma, de Jack Canfield & Mark Victor Hansen, ed. EDIOURO.
Em 4.1.2021.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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