Xinran é uma
chinesa, nascida em Pequim. É escritora e jornalista, mas foi como
apresentadora de um programa de rádio, na China, que colheu histórias muito
interessantes do seu povo.
Em 1997 ela se
mudou para Londres. A partir de então, todos os outonos ela recebe ligações
telefônicas de seu país.
São pais cujos
filhos vêm estudar nas Universidades do Reino Unido e da Europa e que lhe pedem
para que ela os cuide.
Xinran responde a
todas as questões e se propõe a ajudá-los, na nova vida que enfrentarão.
Contudo, ela
precisa impor limites. Porque algumas mães lhe pedem que vá cozinhar para seu
filho todos os dias. Que ela o cuide da mesma forma que a mãe o faria.
Os exageros são
muitos, diz a jornalista.
E conta o caso do
jovem que veio a Londres para estudar em uma Universidade.
Logo depois que
ele chegou à capital inglesa, a escritora recebeu um telefonema da mãe do
rapaz:
Não me importa o
que você acha que é bom para seu filho. Mas, neste momento, meu filho precisa
de sua ajuda para desfazer as malas.
E lá se foi Xinran
ajudar o rapaz. Quando ele abriu uma das duas malas gigantescas que trouxera,
tirou páginas de instruções sobre como pendurar roupas, como
fazer a cama, o que pôr na gaveta das roupas íntimas.
Olhando aquilo,
Xinran perguntou ao jovem:
Como você se virou
quando estava na Universidade na China?
A resposta dele a
desconcertou:
Minha mãe vinha ao
meu dormitório todas as semanas.
*
* *
Se queremos que
nossos filhos cresçam e desfrutem de suas próprias vidas, temos de
liberá-los um pouco.
O melhor a fazer é
ajudá-los a ser independentes, o mais cedo possível.
Eles não podem
viver embaixo das asas da mãe a vida inteira.
Por isso, pequenas
tarefas no lar, desde a tenra idade são importantes: dobrar a roupa, guardá-la
no armário, pendurá-la nos cabides.
Retirar a louça da
mesa, passar a vassoura, limpar a calçada.
Nas compras,
permitir ao filho algumas escolhas, a fim de que ele aprenda o que significa
decidir-se.
Permitir-lhe
realizar pagamentos em supermercados, lojas, shoppings, planejar o que fará com
a sua mesada, escolher a roupa que usará para ir ao cinema, sair com os amigos,
ir ao templo.
Torná-lo
responsável e participativo nas questões familiares, delegando-lhe o cuidado de
irmãos menores, no auxílio a atravessar uma rua, conduzir à escola.
Pensemos que nosso
filho vai viver no mundo e que o precisamos preparar para isso.
Se viermos a
faltar ao seu lado, se ele for viver longe de nós, necessitará estar pronto.
Exercitemo-lo,
portanto, a cada dia, enquanto estamos com ele.
Ele, como nós,
nasceu para progredir, para crescer. Se lhe fizermos todas as tarefas e o
superprotegermos, ele se tornará um incapaz, um inútil.
Pensemos nisso!
Redação do Momento
Espírita com base no cap. Meus amigos na China..., do livro O
que os chineses não comem, de Xinran, ed. Companhia das Letras. Em
16.1.2020.
Fonte: Momento Espírita
http://momento.com.br/
Luz, Amor e
Gratidão
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