Por vezes, em
nossa vida, nos sentimos como se estivéssemos em uma encruzilhada.
Vários caminhos se
apresentam à nossa frente e não conseguimos nos decidir qual deles devemos tomar.
Nessa hora é comum
desejarmos que algo inesperado aconteça. Algo como um sinal dos céus que nos
auxilie a definir nossa escolha.
Em verdade, ele
sempre se manifesta. Uma ideia nos surge, de repente, como que inspirada, vinda
de algum lugar.
Ou um acontecimento
nos envolve, levando-nos a nos decidirmos por uma ou outra estrada.
Acontece que, nem
sempre, esse sinal dos céus pelo qual rogamos nos aponta alguma direção, que
nos seja agradável.
Por isso mesmo o
desconsideramos e caminhamos na direção contrária. Convenhamos, nem sempre a
melhor, nem a mais acertada, ou ética, ou coerente.
Isso nos recorda
que o professor de neurologia Viktor Frankl, que vivia na Áustria, assistiu à
invasão nazista, com todas as suas amargas consequências.
Esperando há anos
por um visto para viajar para os Estados Unidos, de forma inesperada, foi
convocado a comparecer ao Consulado para receber a autorização.
Foi então que sua
mente começou a fervilhar. Teria ele o direito de ir embora de seu país,
deixando sozinhos os seus pais, exatamente naquele período nevrálgico?
Que destino os
aguardaria senão a deportação e o campo de concentração?
Indeciso, resolveu
sair para caminhar. Foi então que pensou que aquela era uma ocasião em que um
sinal dos céus era tudo de que ele precisava.
Quando voltou para
casa, viu um pedaço de mármore sobre uma mesa. Seu pai o encontrara em um monte
de destroços, onde antes se erguia a sinagoga, agora queimada.
A pedra era parte
das tábuas dos Dez Mandamentos. Tinha uma letra cinzelada e seu pai, de forma
inesperada, lhe disse que sabia exatamente a qual mandamento pertencia aquela
letra hebraica.
Isso porque só
havia um mandamento com aquela inicial, que era: Honra teu pai e tua
mãe para que se prolonguem os teus dias na Terra.
Frankl reconheceu
que aquele era o sinal dos céus que ele pedira. Resolveu ficar em sua Terra,
junto dos seus pais.
O visto para a
viagem aos Estados Unidos caducou. Ele foi aprisionado e ficou três anos em
campos de concentração, nas situações mais adversas.
Submetido a
trabalhos forçados em escavações e construções de ferrovias, ao ser libertado
pesava apenas vinte e cinco quilos.
Perdeu sua esposa.
Seu pai morreu de exaustão e sua mãe foi enviada para a câmara de gás.
Mas, ele atendera
ao sinal que lhe fora enviado. Atendera à piedade filial, que estabelece
que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções.
A
obrigação que implica de se cumprir com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo
o que a caridade ordena em relação ao próximo.
Viktor Frankl fez
sua escolha. Um exemplo que nos merece reflexões e algumas indagações
pessoais: Como temos nos comportado em relação aos nossos pais?
Como
temos recebido as intuições que nos chegam, alertando-nos de deveres a cumprir,
de tarefas a executar?
Pensemos nisso.
Redação do Momento
Espírita, com citação do item 3, do cap. XIV, do livro O Evangelho
segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB. Em
22.9.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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