Quando voltamos o
olhar para dentro das nossas almas, percebemos o nosso coração em escombros,
assemelhando-se a um jardim abandonado.
Muitos sonhos
desabaram, espalhando pedras por toda parte...
Há muita aridez,
deixada pelos desencantos... Ilusões desfeitas... Amargura.
A falta de
cuidados favoreceu os espinheiros, que se espalharam por toda parte, regados
pela nossa rebeldia e acomodação.
Podemos notar
ainda, que algumas áreas estão tomadas pelo lodo, mantido pelos vícios que
ainda trazemos na intimidade.
Todavia, em meio a
esse jardim, aparentemente abandonado, entre pedras, lodo e espinheiros, há uma
pequena vertente de águas cristalinas...
E um pequeno
filete dessa água pura escorre, tímido, fertilizando as sementes da Boa Nova
que ali caíram e estavam encobertas pelo pó do esquecimento.
Como por encanto,
as sementes germinam, e logo começam a nascer algumas flores...
São flores
silvestres, bem o sabemos... mas são flores!
Não possuem a
beleza nem o perfume das flores cultivadas. Flores que ornamentam os corações
das almas engrandecidas pelo amor puro... mas são flores!
São frágeis,
porque os espinheiros e as pedras lhes impedem de receber com mais intensidade
os raios do sol... Contudo, são flores, e nasceram em nosso coração!
Analisando
atentamente, agora não parece mais um jardim abandonado, pois possui algumas
flores.
Ao nos depararmos
com essas pequenas belezas, nos damos conta de que podemos cultivar outras
flores, mais perfumadas e mais exuberantes...
Tomados de grande
entusiasmo, começamos a arrancar as ervas daninhas e os espinheiros. A recolher
as pedras e a construir com elas novos sonhos...
Drenamos o lodo,
livrando-nos dos vícios que o alimentavam.
Regamos o terreno
árido com a água da esperança, estabelecemos novas metas e percebemos novos e
mais promissores horizontes.
É possível que,
vez que outra, algumas lágrimas se derramem sobre o nosso jardim...
Que a amargura
teime em permanecer por entre as flores...
Que o mau tempo
desfaça alguns canteiros cultivados com esforço...
Mas sempre é tempo
de construir e reconstruir...
* * *
O cristão sincero
tem motivos para recomeçar, quando necessário.
Tem, como Modelo e
Guia, o Sublime Galileu que, possuidor das mais belas e perfumadas flores em
Seu coração, aceitou os espinhos da ingratidão, as pedradas do orgulho, o lodo
dos infiéis, a mofa do poder temporário dos homens...
Tudo isso por amor
ao Seu rebanho, como Sublime Pastor.
Tudo suportou e
enfrentou para espalhar nos nossos corações as sementes da Sua mensagem.
Para dizer que o
Reino de Deus está dentro de cada um de nós, filhos do Pai amoroso e bom, que a
todos nos aguarda em Seu Reino de paz.
Como jardineiro
atencioso, jamais abandonou os jardins das nossas almas, mesmo que, em alguns
momentos, parecessem irrecuperáveis.
Permitamos que Ele
adentre nosso jardim e refloresça os canteiros que temos descurado, em nossa
trajetória.
Vem, Jesus, vem
reflorir nossa intimidade...
Redação do Momento
Espírita.
Em 17.9.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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