Desde que o
Cristianismo espalhou-se pelo mundo, o grande desafio foi demonstrar nossa
condição de discípulos de Jesus.
Organizamos
diversos concílios para estabelecer dogmas e pontos fundamentais de uma
doutrina que desejávamos estruturar, esquecidos de que o Mestre fez da natureza
Seu templo e dos amigos a Sua igreja.
Promovemos guerras
e conquistas, arrasando e impondo medo naqueles que não se dobravam à nossa fé,
embora Ele nos tenha prescrito o amar aos inimigos.
Disputamos Seu
sepulcro, como se fora troféu a ser conquistado. No entanto, Ele nos ensinara
que Seu reino não é deste mundo.
Criamos
hierarquias, distinções, cargos religiosos, cerimônias e celebrações, em nome
dEle, muito embora Suas ações tenham se pautado na simplicidade.
Construímos
belíssimas e imensas edificações em Seu nome, sem lembrar de que Ele afirmara
não ter uma pedra para repousar a cabeça.
Inventamos
suplícios, impusemos a tortura, acendemos fogueiras para que uma fé fosse
imposta, mesmo que de aparência.
Não obstante, Ele
nos alertara para não sermos sepulcros caiados por fora, guardando podridão por
dentro.
Exemplificou, em
palavras e atos, que viera para servir. E aquele que desejasse ser o maior, no
reino que Ele anunciava, deveria ser o servo de todos.
*
* *
Prosseguimos, na
atualidade, alimentando cismas, divisões, segmentando e segregando aqueles que
fogem de nossos padrões, referências ou entendimento, quando falamos de fé,
comportamento e religião.
Porém, o
ensinamento de Jesus é claro: os Seus discípulos seriam conhecidos por muito se
amarem.
Nenhuma outra
condição. Simplesmente amor.
Nenhuma religião
será capaz de nos conduzir à felicidade se abrirmos mão desse preceito ensinado
por Jesus.
Nenhuma doutrina
poderá nos plenificar, se esquecermos daquele que está ao nosso lado, de quem
caminha conosco.
O Cristianismo é
doutrina de ação e de relação, nos ensinando a agir em favor do outro, sem
esperar que o mesmo suceda de retorno.
É o desafio de
amar o semelhante, mesmo sendo considerado inimigo e mantendo-se nessa postura
sem desejar mudar.
É doutrina que nos
convida a orar por quem nos persegue, sabendo que esses se darão conta da
postura equivocada em que ora estagiam, para algum dia, se proporem também a
amar.
Cristianismo é
proposta de vida que nos convida a amar e compreender, mesmo aqueles que ainda
não possuem condições ou disposição de nos compreenderem.
É necessário nos
exercitarmos no amor ao próximo.
Compreensão,
empatia, abnegação são exercícios que nos marcarão como cristãos.
Em dias de
disputa, de antagonismos ideológicos, políticos ou religiosos, a proposta do
Mestre é a mesma.
Se nos entendemos
ou pretendemos nos dizer cristãos, o primeiro e indispensável movimento a ser
feito é em direção ao próximo, a fim de aprender a amá-lo.
Construir em nós o
sentimento de fraternidade pura e simples, no amparo de uns pelos outros,
sensibilizando-nos pela dificuldade ou carência do outro, de ordem material,
emocional ou afetiva.
Sem isso, nada
mais fará sentido.
Redação do Momento
Espírita.
Em 14.9.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
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