Ao compor o nosso lar Terra, Deus o
encheu de flores. Certamente para amenizar as dificuldades que temos que
enfrentar por aqui.
Interessante que, em as observando,
passamos a lhes conferir valores e as escolhemos como símbolos de afeição,
sinceridade, amizade. Até de movimentos sociais.
Quando estão abertas, elas simbolizam a
natureza em seu maior esplendor. Representam a glória e refletem tudo o que
esteja ligado à beleza, à juventude, à paz, ao Espírito e à primavera.
Para os astecas e os maias, as flores
possuíam uma simbologia sagrada e de perfeição.
Isso porque os jardins repletos de
flores representavam não somente um ornamento, mas estavam associados aos
deuses e à criação do Universo.
Por sua vez, nas passagens bíblicas
elas surgem como símbolos da beleza, do amor.
Jesus se serve dos lírios e da erva do
campo para falar da Providência Divina.
Nas culturas ocidentais, a flor-de-lis
e o lírio simbolizam a pureza, a virgindade, a beleza e a renovação espiritual.
Em alguns momentos, flores se tornaram
símbolos de momentos marcantes.
Os cravos, por exemplo, são conhecidos
como as flores do recomeço.
No dia 25 de abril de 1974, aconteceu a
Revolução dos Cravos, um marco para a democracia portuguesa, que deixava para
trás um passado trágico, regido pela ditadura.
Os soldados colocaram cravos vermelhos
na ponta das armas e assim, a flor ficou simbolizando a nova fase política
daquele país.
Por sua vez, a camélia, favorita dos
mandarins e monges chineses, foi imortalizada pelo famoso escritor Alexandre
Dumas, em seu romance A dama das camélias.
Na História brasileira, conforme os
escritores que descreveram as lutas abolicionistas, na segunda metade do século
XIX, a camélia era símbolo do movimento.
A escolha dessa flor se deu porque
havia, no Rio de Janeiro, um famoso quilombo no bairro do Leblon onde eram
produzidas flores, especialmente camélias, que abasteciam a então capital do
país.
Desde muito que a camélia, natural ou
artificial, era um símbolo da ala radical do movimento, utilizada inclusive
como senha para a identificação dos seus participantes.
Os que se envolviam mais perigosamente
no movimento, apoiando fugas, criando esconderijos, usavam camélias.
Qualquer escravo que fugisse encontrava
um protetor, identificando-o pela camélia que a mulher ostentava no decote e o
homem na lapela.
A própria Princesa Isabel era vista, em
público, com camélias no decote. O palácio imperial de Petrópolis, por sua
iniciativa, teve seus jardins cobertos de cameleiras.
Em 13 de maio de 1888, no momento em
que assinava a Lei Áurea, foram-lhe entregues dois buquês de camélias.
Um era artificial, em nome do movimento
vitorioso.
O outro, de flores naturais, vindas do
quilombo do Leblon, enviadas por gente do povo, que o abolicionista Rui Barbosa
definiu como a mais mimosa das oferendas populares.
Flores, dádivas de Deus para alegrar e
perfumar as nossas vidas.
Quem as pode contemplar sem se
emocionar com a beleza, o aroma, as cores tão diversas, que falam da
generosidade de um Deus Pai, Amoroso e Bom?
Redação do Momento
Espírita.
Em 22.10.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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