PRINCESA ISABEL |
A maioria dos brasileiros conhece da
biografia da Princesa Isabel apenas o fato de ter sido aquela que libertou os
escravos, assinando a Lei Áurea em 13 de maio de 1888.
O processo de extinção da escravidão,
uma nódoa a manchar a nossa nação, em verdade, foi gradual. Começou em 1850,
com a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico negreiro.
Depois, foi a Lei do Ventre Livre de
1871, que considerava livres todos os escravos nascidos a partir daquela data.
Diga-se, lei também assinada pela então Regente Isabel.
Mais adiante, foi a Lei dos
Sexagenários, em 1885, garantindo liberdade aos escravos com mais de sessenta
anos.
O que poucos sabemos, possivelmente, é
a grandeza do espírito da Princesa Isabel que foi preparada, desde os quatro
anos de idade para se tornar a Imperatriz do Brasil.
Desde pequena, ela tinha ideais de
liberdade e fraternidade. Não conseguia entender o porquê de existir escravidão
e tanta crueldade entre os seres humanos.
Educada com uma boa dosagem de rigor e
amor, ela viu transcorrer a sua juventude entre aulas de literatura, latim,
inglês, alemão, botânica, mitologia, matemática e leitura dos Evangelhos.
Tinha ideias avançadas para a época.
Afirmava que o Império deveria permitir que todos manifestassem suas crenças
religiosas, não devendo ninguém ser proibido de realizar o culto à sua maneira.
Imaginava que, um dia, a liberdade
deveria chegar ao torrão brasileiro, também nesse sentido.
Sonhava com o dia em que todos fossem
tratados de igual forma. Em suas brincadeiras, ela não fazia distinção entre as
suas amigas e os filhos dos escravos, com os quais convivia, sem embaraço
algum.
Adolescente, concluía que se o seu nome
e sua identidade representavam uma herança familiar, também aqueles negros,
capturados em suas terras distantes, deviam ter a sua.
Que histórias constituiriam as suas
vidas? Possivelmente alguns fossem filhos de reis, ou quem sabe, os próprios
reis.
Sentia-se compadecida porque tudo lhes
era retirado: o nome, porque o tiveram adaptado para o nosso idioma; a família,
porque pais e filhos eram vendidos separadamente, como simples mercadoria.
Por isso, ao assumir a regência do
Império, pela terceira vez, ela assinou a Lei Áurea.
Declarou: Sempre fui a favor da causa
abolicionista, então, para mim, foi uma felicidade imensa poder proporcionar
este marco em nossa História.
Minha alma se encheu de louvor neste
dia e respirei aliviada, pois sabia que havia cumprido minha missão com os
escravos.
Mais de uma vez, criança, ela se
questionara: Por que nascera princesa, branca, livre e filha de Imperador
nestas terras brasileiras e não nas europeias, como seus ancestrais?
Por que seus dois irmãos, que poderiam
ter sido sucessores diretos da coroa, tinham morrido em tenra idade?
Devia haver um motivo, pensava.
Questionava-se o que lhe competiria fazer por este país.
Possivelmente, nesse maio de 1888,
deverá ter se dado conta do porquê nascera nas terras brasileiras.
Deus a abençoe onde se encontre Isabel,
a Redentora.
Redação do Momento
Espírita, a partir de dados biográficos da Princesa Isabel.
Em 16.10.2019..
Luz, Amor e
Gratidão
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