O mundo moderno
prescreve previdência em todos os atos. É assim que companhias seguradoras
trabalham, incentivando os pais de família a comprarem apólices de seguro de
vida.
A propaganda fala de
como haverão de ficar os filhos, em caso de morte de um ou de ambos os pais.
Sozinhos, sem dinheiro. Ao menos, que se lhes assegure o necessário para viver
e as condições para estudarem.
Alguns pais, além de
apólices de seguro, se preocupam também em deixar muitos bens para os seus
filhos.
Em especial, aqueles
que sofreram muitas agruras em sua infância e não desejam que os filhos passem
pela mesma experiência. Esmeram-se, portanto, em adquirir propriedades, joias e
tudo o mais que possam deixar como herança para os seus, depois que partirem.
Tal forma de agir nos
recorda da história de um homem muito rico que mandou seu filho estudar em
outro país.
Desejava que seu
filho se tornasse um homem instruído, dominando as ciências, tanto quanto
conhecesse o mundo para além das fronteiras do próprio país.
Enquanto o filho
cumpria, com satisfação, os anseios paternos, aconteceu que o pai adoeceu
gravemente. Percebendo que a morte se avizinhava, chamou o tabelião à sua casa,
reuniu testemunhas e ditou as suas últimas vontades.
Para o seu escravo,
aquele que dele cuidava com desvelo, deixou as suas terras, as contas
bancárias, as joias, tudo enfim.
Para o seu filho, que
se encontrava distante, assegurava a possibilidade de escolher o que ele
desejaria herdar. E morreu.
O escravo, tão logo
morreu o seu senhor, providenciou um enterro pomposo e tomou posse de tudo.
Começou a tomar
decisões, administrando muito bem todo o patrimônio. Ao mesmo tempo, despachou
um outro escravo para que fosse em busca do filho do ex-patrão e lhe desse a
notícia da morte do pai.
O filho voltou com
rapidez e ficou muito magoado. Procurou o advogado da família e foi chorar em
seu ombro.
Afinal, por que o pai
fizera aquilo com ele? Por que dera todos os seus bens para um escravo, não lhe
deixando nada? Ele não se lembrava de ter ferido o pai, de o ter desrespeitado.
Por que, então?
O advogado, homem
ponderado, lhe falou:
Rapaz, ao deixar
todos os seus bens para o escravo, seu pai usou de sabedoria. Se ele tivesse
deixado para você, é possível que depois de sua morte, antes que você soubesse
do ocorrido, os próprios escravos dilapidassem o seu patrimônio e pouco lhe
sobraria.
Deixando os bens ao
escravo, ele os preservou. Deixando a você a possibilidade de escolher o que
desejasse herdar, lhe deu a chance de escolher o escravo. Como tudo o que é do
escravo, é do senhor, tudo lhe pertencerá.
Para esse nobre
servidor conceda a liberdade, o maior de todos os bens, e providencie para que
ele tenha uma vida digna com sua família. Aja com a sabedoria do seu pai.
* * *
O maior tesouro que
os pais podem deixar como herança aos seus filhos são os valores morais. A
honra, a verdade, o trabalho, a dignidade, esses não acabam nunca e são eles
que constroem o mundo feliz que todos desejamos.
Ao mesmo tempo,
estaremos legando ao mundo a nossa melhor herança: homens de bem, por nós
formados.
Redação do Momento Espírita
Em 23.10.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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