O Evangelista Mateus narra que Jesus,
após vir para a casa de Pedro, viu a sogra dele deitada e febril. Tocou a mão
dela, e a febre a deixou.
Reconhecida, ela se ergueu do leito e
passou a servi-lO.
Essa é uma das curas mais simples
realizadas pelo Mestre de Nazaré.
Ele devolveu a visão a cegos, a palavra
a mudos, a audição a surdos, a lucidez a obsediados, movimentos a membros
paralisados.
Seu inesgotável amor a todos alcançava.
Sempre atento, descobria mesmo as chagas da alma, ocultas na intimidade da
criatura.
Ao livrar a sogra de Pedro de um quadro
febril, Jesus nos fornece uma grandiosa lição: a de que nenhuma dor deve ser
desprezada.
Toda dor deve nos merecer consideração,
compaixão e solidariedade.
De um modo geral, temos a tendência de
julgar e medir a dor alheia.
No cotidiano, encontramos pessoas
portadoras dos sofrimentos mais variados. Alguns muito graves, que nos levam,
de imediato, a nos compadecermos.
Mas, quando alguém fala de uma febre,
uma dor de cabeça, um mal-estar, algum problema que achamos de simples solução,
costumamos não dar muita atenção.
Chegamos, por vezes, a pensar: Pessoa
exagerada. Está fazendo tempestade em copo d’água.
Precisamos ter em conta que cada um de
nós é um Espírito imortal, com uma história, em que se misturam conquistas e
dificuldades íntimas.
Devemos compreender, portanto, que cada
pessoa tem um grau de resistência para as dores físicas e morais.
Alguns enfrentam a perda dos seres
amados, enquanto outros entram em um quadro depressivo profundo.
Alguns lidam de forma equilibrada com a
doença, mesmo grave. Outros se perturbam com a menor indisposição.
Alguns crescem com os desafios
familiares, outros falham de forma desastrosa, não conseguindo encontrar saída
para o problema.
Isso nos leva à conclusão de que
devemos sempre ouvir as queixas alheias, com os ouvidos da solidariedade, com o
desejo de ajudar.
O nosso poderá ser o ombro amigo, em
que o outro despeje sua frustração, sua tristeza. A nossa poderá ser a voz do
bom aconselhamento. Os nossos ouvidos poderão ser os da paciência e atenção.
E não nos permitamos o julgamento. Pode
acontecer que não encontremos em nós uma referência para a dor narrada pelo
próximo, porque nunca a vivenciamos.
Ouçamos sempre. Auxiliemos da forma que
nos for possível.
Às vezes, bastará que ofereçamos nosso
tempo para escutar os desabafos de um coração que sofre e não sabe a quem
confessar as próprias dores.
De toda forma, sempre poderemos
oferecer o conforto da oração, a vibração amiga, o desejo de que tudo se possa
resolver em breve tempo.
Mesmo que estejamos passando por algo
que nos aflija, nunca desconsideremos a possibilidade de auxiliar ao outro.
A vivência do amor nos fortalece para
as lutas pessoais e, é comum que em nos preocupando com o sofrimento alheio, nos
apercebamos de que o nosso já passou.
E, até entendamos que, se comparado aos
grandes sofrimentos da vida, nem é tão expressivo.
O amor é lei da vida. Sejamos
servidores do amor em prol das dores dos irmãos de caminhada.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento
Espírita, com base no artigo As dores humanas, de Alessandro Viana Vieira de
Paula, publicado no Jornal Mundo Espírita, outubro 2019, ed. FEP e no
Evangelho de Mateus, cap. 8, vers. 14 e
15.
Em 11.10.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
҉
Nenhum comentário:
Postar um comentário