A moça trabalhava como voluntária numa
loja de roupas usadas, um brechó de um hospital.
Certo dia, conta ela, adentrou a loja
uma certa senhora bastante obesa.
Logo a atendente pensou, entristecida:
Puxa... Ela não vai encontrar nada na numeração dela...
A partir daquele momento, ficou
bastante apreensiva, conforme observava a senhora passando de arara em arara,
procurando algo.
Pensava numa forma de evitar que a
cliente se sentisse mal, uma vez que tinha certeza de que não encontraria nada
que lhe servisse.
Não queria que ela se sentisse excluída
e nem que a questão de seu sobrepeso viesse à tona, deixando a estranha sem
jeito.
Fez, então, uma breve oração, pedindo
uma luz para se sair bem daquela situação delicada, evitando que a senhora
passasse por qualquer tipo de humilhação naquele momento.
Foi quando o esperado aconteceu. A
cliente se dirigiu à moça e afirmou, um pouco entristecida e constrangida:
É... Não tem nada grande, não é?
E a moça, que até aquele instante não
soubera o que fazer, abriu os braços de uma ponta a outra e lhe respondeu,
sorrindo:
Quem disse?? É claro que tem! Olha só o
tamanho desse abraço! – E a abraçou com muito carinho.
A loja toda parou para observar a cena
inusitada e bela.
A senhora, pega de surpresa,
entregou-se àquele abraço acolhedor, deixou-se tomar por algumas lágrimas
discretas e exclamou:
Há quanto tempo ninguém me dava um
abraço...
Depois de alguns instantes, buscando se
recompor, ainda emotiva, finalizou a conversa breve dizendo:
Não encontrei o que vim buscar, mas
encontrei muito mais do que procurava...
* * *
Inspirados nessa singela passagem,
poderíamos perguntar: Será que dentro de nós, procurando nos baús de nossa
intimidade, nas prateleiras da alma, também não podemos encontrar algo grande
que sirva para alguém?
Somos aprendizes, sim. Muito nos falta
de bagagem moral e intelectual, mas muito já temos para oferecer.
Quem não tem condições de dar um abraço
sincero?
Quem não consegue alguns minutos de sua
semana para dedicar a algum tipo de trabalho voluntário?
Quem não está apto a proferir uma
palavra de estímulo, um elogio, um voto de sucesso ou de paz?
Temos todos algo grande dentro de nós:
o amor maior em estado de latência, a assinatura do Criador em nossas almas
perfectíveis.
O que temos de bom não precisa ser
guardado a sete chaves conosco. A candeia precisa ser colocada sobre o alqueire
para que brilhe para todos.
Brilhe, assim, a nossa luz, sem
economia e sem medo. Há tantos que precisam dela...
Não deixemos passar um dia sequer sem
ter sido importante na vida de alguém, na história de um ser que respira ao
nosso lado.
Haverá dia em que finalmente
entenderemos o que é viver como irmãos na Humanidade inteira.
Que esta pergunta possa ecoar em nosso
Espírito durante todo este dia: Será que não temos algo grande que sirva para
alguém?
Redação do Momento
Espírita com base em depoimento anônimo, recebido pela internet.
Em 4.12.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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