O
Espírito Emmanuel, mentor de Chico Xavier, aproveitava todas as situações para
trazer lições importantes. O médium dizia
que ele era bastante rígido.
Certa madrugada,
Chico voltava exausto de mais uma sessão no Centro Espírita. Ao abrir a
porta de casa, deparou-se com uma cena desagradável.
Os
dois gatos tinham sofrido uma indigestão. A sala estava
muito suja. O mau cheiro estava insuportável. Chico sacudiu os ombros.
Pediria
a uma das irmãs que fizesse a limpeza na manhã seguinte.
Quando
estava a caminho do quarto, escutou a voz de
Emmanuel:
“Você
vem de uma reunião espírita e foge da
sua obrigação?
Está
exigindo que uma pobre menina, cansada de trabalhar nas panelas e no tanque
para que não lhe falte comida nem roupa lavada, limpe esta sujeira?
Providencie
pano, água e sabão e limpe tudo.”
Chico obedeceu.
Emmanuel
aproveitou o momento e disse, serenamente:
“No
Espiritismo, a pessoa tem que começar estudando nos grandes livros. Também
lavando as privadas, trabalhando, ajudando os que estão com fome, lavando as
feridas de nossos irmãos.
Se
não tivermos coragem de ajudar na limpeza de um banheiro, estaremos estudando
os grandes livros da nossa Doutrina em vão.”
Durante
toda a sua vida, Chico conservaria o hábito de varrer seu próprio quarto e
limpar seu banheiro.
*
* *
A narrativa pode
nos trazer algumas interpretações.
Varrer nosso
próprio quarto, limpar nosso banheiro, poderia significar que temos que manter
o nosso quarto interior sempre limpo. Essa responsabilidade é
só nossa.
No entanto, essa
passagem da vida de Chico Xavier nos mostra sua simplicidade e sua humildade.
Ninguém é tão
grande e tão importante que não possa cuidar de tarefas do dia a dia, quando
necessário.
Conta-se que um
repórter do New York Times, certa vez, entrevistando Gandhi, perguntou se o
fato dele ajudar a limpar os banheiros fazia parte da experiência.
Gandhi respondeu
que sim, que era uma maneira dele aprender que o trabalho de um é tão
importante quanto o trabalho de outro.
Sua biografia
ainda narra que, em determinada oportunidade, sua esposa, um tanto contrariada,
foi reclamar com ele porque lhe fora dito que ela deveria limpar a latrina.
É
verdade, todos têm a sua vez. – Respondeu
Gandhi, tranquilamente.
Mas
é trabalho dos párias!
Neste
lugar não há párias. – Continuou o
missionário. Nenhuma tarefa está abaixo de nós.
Mas
eu sou a sua esposa! – Insistiu ela.
Por
isso mesmo. – Terminou ele dizendo.
*
* *
Nenhuma tarefa
está abaixo de nós.
Se o maior de
todos, o grande exemplo de conduta, Jesus, apresentou-se como servo, quem somos
nós para dizer que esse ou aquele tipo de trabalho não é digno?
Quem
desejar ser importante entre vós, será esse o que deverá servir aos demais. E
quem quiser ser o primeiro entre vós que se torne vosso escravo.
Servir é uma
honra. Servir é uma oportunidade, e todos temos capacidade de podermos ser
úteis.
Um mundo de servidores
nunca passará necessidades.
Redação do Momento
Espírita, com base em fato da vida de Francisco Cândido Xavier.
Em 31.8.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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