A oração pode
ser considerada como um grito pedindo auxílio, um canto de gratidão, um ato de
louvor, um poema de amor, dirigidos a Deus.
De um modo geral,
pensamos que para orar precisamos assumir uma determinada postura, nos
distanciar de tudo que acontece ao nosso redor. Isso também.
No entanto, a
oração pode ser uma constante em nossas horas. Quando abrimos a janela e
cumprimentamos o dia que surge, radioso, anunciando sol, calor, quem de nós não
extravasa a alma, dizendo: Que dia maravilhoso!
Quantas vezes,
admirados pela beleza das flores que, no jardim, disputam perfume, cor e
encanto, exclamamos: Meu Deus, que maravilha!
São preces espontâneas
que brotam do nosso coração.
Quando, depois de
longa estiagem, as nuvens se avolumam e trazem a chuva generosa, junto com o
clamor da terra, que sorve a água, com sofreguidão, dizemos: Graças a
Deus!
São orações
formuladas de forma espontânea. Clamores da alma que alcançam as alturas.
Quando nos
empenhamos em atender o necessitado, em socorrer o caído, em oferecer nossos
ouvidos para as lamentações de quem sofre, estamos orando.
Porque orar não é
somente exteriorizar pensamentos pelos lábios. É também agir em nome do amor.
Amparar o animal
abandonado, providenciar alimento às aves que visitam nosso jardim.
E quando cantamos,
dizendo da alegria de viver, estamos igualmente orando.
A música tem o
condão mágico de exteriorizar os mais excelsos sentimentos. Por isso, quando
alguém canta versos que exaltam a Criação, a Divindade, está orando.
Enquanto canta, os
que ouvimos, nos associamos à sua prece.
Algumas canções
são de extrema sensibilidade e mais do que outras, nos elevam a alma, como a
que diz:
Foi
Deus que deu luz aos olhos, perfumou as rosas, deu ouro ao sol e prata ao luar.
Foi
Deus que me pôs no peito um rosário de penas, que vou desfiando e choro a
cantar.
Pôs
as estrelas no céu e fez o espaço sem fim.
Deu
o luto às andorinhas e deu-me esta voz a mim.
Se
canto, não sei o que canto, misto de ventura, saudade, ternura. Talvez amor.
Mas
sei que cantando sinto o mesmo quando se tem um desgosto e o pranto no rosto;
nos deixa melhor.
Foi
Deus que deu voz ao vento, luz ao firmamento e deu o azul às ondas do mar.
Fez
poeta o rouxinol, pôs no campo o alecrim, deu as flores à primavera.
E
deu-me esta voz a mim.
* * *
É uma oração de
louvor, reconhecimento ao Criador, e profunda gratidão.
Enquanto a melodia
e os versos nos envolvem, oramos juntos. Se repetimos a canção, vamos
espalhando essas vibrações pelo mundo.
E, a cada vez,
elas alcançarão outros corações e se elevarão aos céus.
Sim, há muitas
formas de orar.
Quando somos
filhos gratos pela vida que temos, neste planeta, pelos amigos, pela família,
pelo lar, ou por coisa alguma, oramos sempre.
A
oração é o canal desimpedido para falar com Deus e ouvi-lO.
Nunca
será demasiado, no cotidiano de todos nós,
orarmos para nos inspirarmos, a fim de agir bem.
Para
agradecer as bênçãos recebidas.
Por
amor, louvando o Excelso Criador.
Isso equivale
a orarmos sempre que possível e mesmo quando as circunstâncias conspirarem
contra.
Oremos.
Redação do Momento
Espírita, com reprodução de versos da música Foi Deus, interpretada
por Amália Rodrigues e frases do cap. 24, do livro Sob a proteção de
Deus, por Espíritos diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 9.10.2020.
.Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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