Ela acordou
lembrando que era aniversário de seu filho.
Ao buscar uma
mensagem, que melhor pudesse traduzir o que seu coração desejava dizer a ele,
encontrou um belo quadro, com letras bem desenhadas que dizia:
Um
dia a gente aprende que nada é meu, ou seu, ou nosso.
Tudo
é emprestado...
Porque
a única certeza que se tem é que mais cedo ou mais tarde, a vida vem e nos toma
tudo de volta.
Aquelas frases a
fizeram meditar e logo pensou que seu filho não lhe pertencia.
Nascera dela.
Casara-se para construir sua família. E, um dia, a morte o levará da Terra e
ela nada poderá fazer para retê-lo.
Casada há meio
século, pensou que o marido também não lhe pertencia.
Um dia ele
partirá. E ela não poderá evitar.
Então, pensou na
casa, no carro, nos bens do patrimônio familiar.
Incrível,
falou para si mesma. Também não lhe pertenciam porque embora documentados e com
os impostos em dia, poderiam ser perdidos, em um evento qualquer.
E, mesmo que isso
não acontecesse, ao morrer, não os poderia levar consigo.
Joias, terras,
roupas, pertences valiosos que lhe haviam custado muito, não eram seus, em
realidade.
Concluiu,
pensando, que tudo nos é emprestado nesta vida terrena.
E, como tudo o que
foi emprestado deve ser devolvido, também essas posses deverão retornar, um
dia, ao seu verdadeiro dono.
Mesmo guardando o
enganoso sentimento de posse quanto ao ser amado ou qualquer pertence, mais
cedo ou mais tarde, rindo ou chorando, eles sairão de nossas mãos, deixarão de
ser nossos.
O único Senhor de
tudo e de todos é Deus, nosso Pai.
Usufruímos do que
nos cerca, mas nada possuímos de nosso.
* * *
Todos somos
simples usufrutuários nesta vida.
Vivemos na Terra,
mas não somos da Terra.
Nascemos de uma
mãe, mas não somos parte dela.
Respiramos para
nos mantermos vivos e, embora recebamos esse ar naturalmente, da bondade
divina, não o podemos armazenar, reter, adquirir.
Trata-se de dádiva
divina.
A Terra nos
oferece a água, os alimentos, seus frutos.
Servimo-nos deles,
passam por nossas mãos, mas não nos pertencem, senão de forma transitória. Como
um empréstimo.
Ao longo da vida
nos tornamos filhos, irmãos, pais, tios, primos, sobrinhos, cônjuges, avós,
netos, parentes...
Porém, não somos
de ninguém, e nem temos alguém como propriedade nossa.
A amizade, o amor,
o respeito, o carinho, até mesmo a inimizade, o desamor, o desrespeito e a
ingratidão podem nos unir de formas variadas. Entretanto, nunca teremos a posse
de algo ou de alguém.
Em essência, somos
donos unicamente das conquistas que fizermos no campo espiritual, isto é, da
moral e do intelecto.
Tudo que se
relaciona com o amor e com o aprendizado serão propriedades nossas, desde que
os conquistemos.
Esses valores
ninguém os rouba, nem a morte os retira.
Dessa forma, o que
nos cabe é aprendermos a amar sem distinção. A aprender tudo o que estiver ao
nosso alcance, amealhando conhecimento.
Virtudes, amor e
sabedoria são e serão nossas verdadeiras e permanentes propriedades.
Redação do Momento
Espírita.
Em 3.10.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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