A pequena entrou
no banheiro e ficou olhando o pai a fazer a barba.
Tão compenetrada
estava que seu pai lhe surpreendeu um pequeno vinco na testa miúda.
O
que foi, filha? O que está pensando?
A menina se
aproximou e fixou o olhar azul no rosto paterno, erguendo o pescoço em direção
a ele.
Papai,
você gosta de viver?
Ora,
filhinha. É claro que gosto de viver. Quem não apreciaria a vida, tendo um
tesouro como você?
Ela não se deu por
satisfeita. Apoiou as mãos na pia e tornou a perguntar:
Então,
por que deseja morrer?
O pai lhe
respondeu que não desejava, nem pensava em morrer. Ele desejava viver, e muito.
Queria ter a
ventura de vê-la adentrar à escola, aprender as primeiras letras, deliciar-se
com suas primeiras leituras, vê-la receber o diploma universitário, casar-se,
ter filhos, dar-lhe netos.
Papai,
falou finalmente a garota, se não quer morrer, por que você fuma?
* * *
As crianças ouvem
falar a respeito dos perigos das drogas, de qualquer natureza.
Aprendem na
escola, leem a respeito, tão logo descubram o significado das letras e das
palavras impressas.
Natural que acreditando
preciosas as vidas dos seus amores, se preocupem.
Como ficarão se
partirem seu pai, sua mãe, seu irmão?
Por isso, algumas
registram de forma ostensiva a sua preocupação, enquanto outras simplesmente
pensam, pensam, e sofrem, sem coragem de expressar o que lhes vai na mente.
E
se a morte levar os meus amores, enquanto tanto ainda preciso deles?
É preciso muita
força de vontade para vencer qualquer vício de que sejamos portadores.
Em se falando do
uso de drogas, mesmo as tacitamente aceitas pela sociedade, temos acrescidas as
questões da dependência física, além das psicológicas.
Com certeza, não é
fácil. É preciso se revestir de resistência para a superação. E não devemos
esquecer que precisamos de auxílio de terceiros.
Para isso existem
os profissionais das áreas da saúde física e mental. Também religiosos, amigos,
familiares.
Pensemos no legado
que desejamos deixar para nossos filhos, a Humanidade do amanhã. Ele pode ser
de alegria ou de infelicidade, de liberdade ou de dependência, de doença ou de
bem-estar.
A decisão nos
compete. Porque o exemplo arrasta, convence mais do que as palavras.
Se nossos pequenos
nos veem com o cigarro, de forma constante, também poderão acreditar que ele
não faz mal nenhum, afinal de contas.
Tudo que dizem a
respeito dele, é balela, inverdade, e aprenderão a repetir os nossos hábitos.
Dessa forma,
busquemos nos libertar da viciação, qualquer que ela seja.
E se empreendemos
esforços para nos libertar do vício, não esqueçamos que também os vícios morais
nos merecem consideração.
A mentira, a
desonestidade, a corrupção, a maldade devem ser alijadas de nossas vidas.
Para isso, estamos
na Terra. E o tempo é hoje, agora. Pensemos a respeito.
Sirvamo-nos do dia
que apenas desponta e iniciemos o grande empreendimento em prol de nossa
libertação.
O amanhã nos
aguarda pleno de sol, de alegria, de bênçãos.
Redação do Momento
Espírita, com base no cap. 23, do livro Atravessando a
rua, de Richard Simonetti, ed. IDE.
Em 1º.10.2020.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e Gratidão
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