O publicitário paulista Alexandre Barroso já viu a
morte de perto diversas vezes.
Receptor de três transplantes, duas vezes de fígado
e uma de rim, passou quatro anos internado e entrou em coma vinte vezes.
Bem-sucedidos, os transplantes devolveram-lhe a
vida. Agora, ele viaja por todo o Brasil, ministrando palestras de incentivo e
conscientização a respeito da doação de órgãos.
Em 2018, lançou o livro A última vez que
morri – uma história real sobre vida, morte e renascimento, no qual narra
sua longa jornada em direção ao restabelecimento da própria saúde.
Quando um familiar retorna às moradas do infinito,
cabe à família decidir ou não pela doação dos órgãos do ente querido.
O momento não é o mais adequado às grandes
decisões. Porém, optar pela doação é fazer da morte fonte de vida.
Segundo estatísticas, em 2017, o Brasil alcançou a
marca de aproximadamente dezessete doadores para cada milhão de habitantes.
Trata-se de um recorde. Porém, levando-se em conta
a quantidade de brasileiros necessitados de transplante, o número ainda está
abaixo do esperado.
* * *
A luta de algumas pessoas pela manutenção da
própria vida nos leva a muitas cogitações: o que é a vida? Podemos prolongá-la?
Podemos torná-la melhor?
Ao contrário do que muitos imaginamos, a vida e a
morte não são simples fatalidades sobre as quais não temos controle.
Mais do que meros fenômenos biológicos, viver e
morrer são escolhas que fazemos diariamente.
Prova disso é encontrarmos pessoas que, acometidas
das mais severas doenças, por vezes no limite da existência, vivem plena e
abundantemente.
Conduzem seus dias com esperança, com alegria, com
gratidão, com fé.
A todos nos dão a mais profunda lição de vida.
Viver é agradecer pela exata medida do que se tem.
É valer-se dos bens materiais dos quais dispomos como ferramentas de progresso.
Morrer é passar a existência escravizado pelo apego
à riqueza empobrecedora.
Viver é saber que nossa existência não se resume a
momentos felizes. Morrer é desperdiçar as lágrimas, que tanto nos ensinam, com
reclamações incontáveis.
Viver é se conscientizar da fragilidade humana e
saber que nossa saúde nem sempre se encontrará em perfeito estado.
Morrer é desperdiçá-la com toda sorte de excessos.
Viver é compreender as imperfeições alheias. Morrer
é negar perdão e afeto, é não demonstrar o que sentimos, é não se importar com
o sofrimento alheio, é não dizer às pessoas que nos são caras o quanto as
amamos.
Verdadeiramente vivemos quando corrigimos nossas
mazelas morais, quando praticamos o bem, quando nos pautamos pela justiça,
quando somos pacientes e tolerantes.
Vivemos quando superamos nossas limitações, quando
descobrimos nossos potenciais, quando estendemos a mão àqueles que dela
carecem, quando amamos de forma incondicional.
Vivemos quando morremos para o homem velho e
construímos o homem novo.
Vivemos quando construímos a felicidade para a qual
fomos destinados e da qual somos agentes e protagonistas.
Pensemos nisso! Aprendamos a viver! Escolhamos
viver!
Redação do Momento Espírita, com
base em dados biográficos de Alexandre Barroso. Em 23.4.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e
Gratidão
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