Ele tinha apenas oito anos, contudo, detinha a
sabedoria das grandes almas. Era uma criança no corpo. Mas, seu Espírito já se
dera conta de que breve seria sua vida sobre a Terra.
Generoso, como todas as almas nobres, a sua era a
preocupação com outras pessoas. Como ficaria sua mãe sem ele, por exemplo?
Quando soprou as oito velas do seu bolo de
aniversário e sofreu uma nova e grave crise que o levou ao hospital mais uma
vez, Peter resolveu fazer uma lista.
Era uma lista de alguns itens que ele desejava
executar, antes de morrer.
Dos itens constava encontrar alguém que se
encarregasse de retirar a neve da frente da casa.
E isso não foi muito difícil, porque um dos
vizinhos disse que teria prazer em assumir esse encargo.
E, porque se preocupasse com a qualidade de vida de
sua mãe, desejava conseguir, de alguma forma, que ela concluísse a canção que
começara a compor quando ele nascera.
Seria o reconhecimento e a consagração dela como
compositora.
Para si mesmo, duas coisas eram muito especiais:
morrer em casa, cercado de seus amigos e colocar um grande mastro, frente à sua
casa, sinalizando que era ali que Peter se encontrava.
Ele iria morrer e desejava que os anjos soubessem
onde ele morava, para o virem buscar.
A mãe, descobrindo a lista e reconhecendo a sua
importância, se esmerou e, mesmo com o coração a sangrar, concluiu a canção.
Ela a chamou de O salmo 151. Explicou
que lera os cento e cinquenta salmos da Bíblia, mas que nenhum deles traduzia a
alegria que ela sentira ao dar à luz a seu filho.
A dificuldade em conclui-la se dera em função da
descoberta da enfermidade de que ele era portador e do pouco tempo de vida que
teria.
Todos os recursos possíveis foram empreendidos para
que o convênio de saúde aprovasse cuidados ao pequeno enfermo, no lar.
E, numa tarde fria, enquanto Peter se despedia da
vida física, os amigos se reuniram para cantar, junto com sua mãe, O
salmo 151.
Quando Peter deixou exalar o último e tranquilo
suspiro, os olhos dos amigos se ergueram para contemplar a bandeira tremulando
ao vento.
E, em todos os corações, havia a certeza: a
bandeira indicativa era desnecessária. Pela forma como suportara a enfermidade
e as dores, como se preparara para a morte, pelo seu desprendimento e amor, os
anjos sabiam, com certeza, onde estava Peter.
E o tinham vindo buscar.
* * *
Existem Espíritos que estão entre nós por pouco
tempo. Especiais, destacam-se pela sua forma de ver e sentir a vida.
Vem e vão rapidamente. No entanto, a sua mensagem
de amor é de tal forma forte, vigorosa, que deixam o aroma da sua presença
indelével entre os que tiveram a ventura de com eles conviver.
A sua lição é do amor que não se apaga, da bondade
que se preocupa com o outro e da sábia resignação ante aquilo que não pode ser
alterado.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita,
com base no episódio O salmo 151, do seriado televisivo O
toque de um anjo. Disponível no CD Momento Espírita, v. 16, ed. FEP.
Em 16.4.2019.
Em 16.4.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e
Gratidão
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