Linda
era chinesa e morava no Havaí. Contrariando o pai, que a desejava ver casada
com alguém dos clãs chineses, ela foi para a Califórnia.
Entrou para a Universidade, apaixonou-se por um
americano branco, de olhos azuis e com ele se casou. Uma cerimônia simples, bem
ao contrário das festas pomposas, no estilo dos casamentos tradicionais, como
esperava seu pai.
Depois do casamento, um silêncio pesado se fez
entre pai e filha. Ele não a visitava, ela também não.
Quando a mãe telefonava, o pai nunca pedia para
falar com a filha.
Por todas essas atitudes do pai, Linda entendia que
ele estava desaprovando tudo o que ela fizera. Ela traíra todos os princípios
que ele acreditava muito importantes.
Contudo, Linda se lembrava da infância feliz, no
Havaí. Lembrava-se de, aos três anos, ser a sombra do pai. Correr atrás dele
entre as bananeiras. E, quando ela cansava, ele a carregava nos ombros.
Dali de cima ela podia ver o mundo. E o pai cantava
uma canção que falava: Você é minha luz do sol. Você me faz feliz
quando o céu está cinzento.
Então, Linda teve um bebê. Quando o bebê completou
cinco meses, ela decidiu que era a hora de mostrá-lo aos avós. Por isso, ela, o
marido e o filho foram ao Havaí.
Linda estava angustiada. Será que o pai a
receberia? Ela estava levando um menino no colo, que pouco tinha a ver com os
antepassados chineses.
Como mãe, ela dizia para si mesma que se seu pai
rejeitasse o neto, ela nunca mais voltaria.
Ao chegarem, as saudações foram educadas. O velho
chinês olhou a criança sem nenhuma reação.
Depois do jantar, o bebê foi acomodado no berço em
um quarto. Linda e o marido se recolheram para um descanso.
De repente, ela acordou em sobressalto. Havia
passado a hora do bebê mamar.
Levantou-se. Nenhum som de choro. Pelo contrário,
ela ouviu uma risada delicada de bebê. Atravessou o corredor, chegou à sala.
Seu filho estava deitado em uma almofada, com as
mãos e os pés em agitação alegre. Sorria para o rosto inclinado sobre ele. Um
rosto asiático, bronzeado pelo sol.
O avô dava a mamadeira para o netinho, enquanto lhe
acariciava a barriguinha e cantava baixinho: Você é minha luz do sol.
A criança conseguira, em breve tempo, conquistar o
coração do avô e pôr fim a um afastamento tolo entre pai e filha.
Hoje, o avô chinês caminha feliz, seguido por uma
sombra saltitante de olhos cor de mel e cabelos encaracolados, de quatro anos
de idade.
* * *
Os filhos não são propriedade dos pais. Portanto,
têm direito a suas escolhas.
Os pais devem estar conscientes de que os filhos
são Espíritos, que renascem através deles, mas os seus desejos, os seus anseios
não competem aos que os geraram.
Aos pais cabe a orientação, a diretriz segura, mas
a caminhada é de exclusividade dos filhos.
Romper o vínculo de afeto por quaisquer questões
tem sempre como consequência dor para ambas as partes.
O melhor, portanto, é dialogar, ponderar e se
chegar a um acordo.
Um acordo em que o filho siga o caminho para a
conquista da sua felicidade e os pais se apresentem como o apoio, o abrigo
seguro, a terra firme do bom senso.
Redação do Momento Espírita,
com base no artigo
Meu pai virou vovô, de Seleções Reader’s Digest,
de junho de 2000.
Em 4.4.2019.
Meu pai virou vovô, de Seleções Reader’s Digest,
de junho de 2000.
Em 4.4.2019.
Fonte: Momento Espírita
www.momento.com.br
Luz, Amor e
Gratidão
҉
Nenhum comentário:
Postar um comentário