Falando com alguns jovens, eu me dei
conta dos tantos anos vividos.
Eu lhes falei do disco de setenta e
oito rotações, da maravilha que foi quando surgiu o compacto simples, depois o
compacto duplo, o long-play.
A maioria deles jamais ouvira falar
dessas coisas. Olharam uns para os outros e perguntaram se eu era do século
passado.
Bem, eu lhes disse, na verdade não sou
somente do século passado, mas do milênio passado.
E usei o telefone, aquele preto, com
disco onde era preciso colocar a ponta do dedo em cada pequeno círculo numérico
e girar para fazer a ligação.
Sou do tempo da máquina fotográfica que
precisava de um rolo de filme dentro dela. Havia de doze, vinte e quatro e
trinta e seis poses.
E a foto só podia ser vista depois de
revelada, o que era feito após todas as poses terem sido utilizadas. Tristeza
era quando aquele momento especial não ficara registrado.
A foto queimara por inabilidade do
fotógrafo ou má exposição do filme.
Tempos antigos. Tempos de fita cassete,
de vídeo cassete.
Tempos em que se aguardava, com
ansiedade, o mais recente álbum do cantor ou banda favorita chegar na loja da
cidade.
Pesquisas escolares somente na
biblioteca, nos volumes grossos da enciclopédia, que nem sempre trazia os
últimos dados, porque fora impressa há algum tempo.
Vivemos o tempo da Jovem Guarda, do
Rock, da Bossa Nova. Vibramos com os artistas da época. Alguns, ainda fazendo
sucesso, encarnados.
E o cinema? Crianças, não podíamos
perder a sessão da tarde, no domingo, que chamávamos, de forma equivocada, de
matiné.
Eram exibidos seriados a cada semana e
não podíamos perder nenhum capítulo.
Assistimos à chegada do cinemascope e
nos encantamos com as cores.
E ficamos anos ouvindo a apresentadora
brasileira dizer no seu programa: Ah, se a TV fosse a cores, enquanto descrevia
os vestidos com os quais as modelos desfilavam.
Damo-nos conta que tudo aconteceu muito
rápido. Temos um pouco mais de meio século. Não diremos exatamente, quanto
mais.
Porém, em curto tempo, a tecnologia
progrediu muito.
Então, quando nos encantamos com os
filmes da atualidade, com suas fantásticas produções, seus efeitos sonoros e
visuais; quando de forma rápida fazemos nossas pesquisas na internet; quando
falamos com nossos amigos e familiares onde quer que estejam; quando assistimos
aos acontecimentos do mundo em tempo real, louvamos a Deus.
Somos seres imortais, criados à Sua
Imagem e Semelhança, por isso tão criativos, tão inventivos.
Os anos passados foram bons como bons
são os da atualidade, com tanto progresso e tecnologia.
Importante mesmo é saber que, ser
imortal, vou partir algum dia.
Mas voltarei e tenho certeza de que
encontrarei um mundo ainda mais pleno de tecnologia e igualmente, cheio de
amor, porque teremos aprendido que somos uma enorme família, reunida em um
único lar chamado Terra.
Um planetinha, cada dia menor porque
cada dia ficamos mais próximos uns dos outros. A tecnologia nos permite isso.
E para ficarmos bem pertinho uns dos
outros, basta abrir nossos corações.
Redação do Momento
Espírita.
Em 25.9.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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