Imaginamos, alguma
vez, se, ao invés de enxergarmos somente os atributos físicos das pessoas,
pudéssemos ver a essência, o caráter, aquilo que vai no coração de cada um?
Se, não enxergando os
belos olhos, o alvo sorriso, os requintados cabelos, as formas justas,
vislumbrássemos apenas os princípios morais, a lealdade, o senso de justiça, a
capacidade de perdoar, o valor dado à caridade?
Será que as pessoas
que consideramos modelos de beleza ainda nos causariam verdadeira admiração?
O que os atuais
parâmetros de beleza revelam sobre nossa sociedade? O que eles revelam a
respeito de nós mesmos?
* * *
Durante uma
corriqueira pesquisa pela Internet, a fim de realizar certa atividade
acadêmica, Elizabeth Velasquez deparou-se com um vídeo intitulado A mulher mais
feia do mundo.
Para sua surpresa,
descobriu que eram imagens suas, colhidas em fontes distintas, que destacavam a
aparência de suas mãos, braços, pernas e, especialmente, de seu rosto.
A realidade é que a
jovem, carinhosamente apelidada Lizzie, nasceu com uma doença extremamente rara
que impede seu organismo de absorver gordura. Dessa forma, sem nutrientes, ela
nunca conseguiu ultrapassar a marca dos trinta quilos.
Ela caminha com
grande dificuldade e, constantemente, sente-se fraca. Ainda, pelas implicações
da doença, ficou cega do olho direito.
Quando nasceu, os
médicos não acreditavam que fosse sobreviver. Porém, suplantando todas as
adversidades, ela frequentou a escola, superou a agressividade dos colegas,
enfrentou o preconceito e se formou em comunicação na Universidade do Texas.
Atualmente, é uma
mulher independente, conferencista e escritora.
Ainda que vítima de
piadas e zombarias, através de suas palestras ela dá voz a pessoas que, por
motivos os mais diversos, também são alvo da crueldade alheia.
Em vez de apenas me
esconder nas minhas lágrimas, eu escolhi ser feliz e entender que essa síndrome
não é um problema, mas uma bênção que me permite melhorar e inspirar outras
pessoas, afirma Elizabeth.
* * *
A belíssima mulher
mais feia do mundo conquistou, por meio da doença que a acomete, os tesouros
pelos quais inúmeras pessoas lutam diariamente: resignação, autoconfiança, fé,
felicidade.
Para isso, não
necessitou se enquadrar em padrões de beleza estabelecidos, não necessitou de
um corpo escultural, nem sequer de uma saúde perfeita.
As incontáveis
lágrimas de Elizabeth são prova viva do ensinamento atemporal de Jesus: porque
onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
A beleza física
esvai-se com a cinza das horas. A saúde digladia-se constantemente com os
nossos excessos. Os bens materiais não são nossos, pois, em essência, não
pertencemos ao mundo material: cada um de nós, a seu tempo, retornará às
moradas do Infinito.
Nossa missão,
portanto, é conquistar o amor, a caridade, a tolerância, a fé. Tesouros divinos
que nos garantem passos seguros em direção à paz, ao progresso, à verdade, à
felicidade... à plena e verdadeira felicidade.
Pensemos nisso!
Esforcemo-nos para acumular os tesouros do céu!
Redação do Momento Espírita, com base na biografia de Elizabeth
Velasquez e no capítulo 6, versículo 21 de O Evangelho de Mateus.
Em 19.9.2019.
Luz, Amor e
Gratidão
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